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Uma vela não tem o que fazer em um dia de luz

Conta a história que um filósofo foi surprendido com uma vela em um dia totalmente ensolarado, lá atrás, na Grécia antiga. Perguntado pelo inusitado da situação respondeu que estava procurando um ser humano – vai ver, mesmo com tanta luz, ele não tinha sido capaz de identificar um ser humano entre seus pares. Mas como um filósofo, alguém que é, portanto, amigo da sabedoria, supostamente um ser inteligente, estaria tendo tanto dificuldade em encontrar um ser humano, mesmo com toda a luz disponível, a ponto de precisar se socorrer de uma vela?

Isso ocorreu há muito tempo atrás, mas a história motivou uma reflexão para nossos pesquisadores: hoje, depois de tantas conquistas da humanidade, a situação seria diferente? Seria mais fácil encontrar hoje um bípede, se não um pensante, pelo menos um que fosse capaz de pensar que não era pensante? Ou pensar não é coisa de bipedaladores?

Deixando um pouco de lado o filósofo, nossos pesquisadores perguntaram então: por que uma vela? A luz não estaria cumprindo sua função?

Nessa linha de raciocínio, nossos pesquisadores questionaram se haveria diferença entre a luz natural e a luz trazida pelos esclarecimentos que os homens trouxeram aos próprios homens – como você vê, na Canis & Circensis procuramos ver a metade cheia do copo.

Nossos pesquisadores julgaram inegável concluir que se não chegamos à luz, das trevas já devemos ter saído! Se a luz natural aquece, a luz artificial, quer dizer, a luz do conhecimento criada pelo homem, esta sim seria capaz de iluminar e, iluminando, dispensaria a necessidade de vela – para que vela, para quem tem luz? Quer dizer, diziam nossos pesquisadores: se a luz não for capaz, a vela muito menos. O que a vela faria – perguntavam – que a luz não foi capaz de fazer?

Seria então o caso de eliminar de vez a vela, ou acender uma vela em nome da luz?

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