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Quem já viu um gato ou um cachorro (por aqui na Canis & Circensis vemos o tempo todo) espreguiçando-se, esticando a coluna, pode constatar no corpo dessas criaturas o prazer que elas estão sentindo, como faz bem à saúde animal esticar o esqueleto.
Nossos pesquisadores começaram se perguntando se não seria essa uma condição apenas necessária a seres menores, pouco evoluídos e meros reféns da própria animalidade, incapazes de contar com mecanismos mais evoluídos de retificação – poderia ser isso?
Não sei se o nobre leitor sabe mas, em nossa equipe multidisciplinar há veterinários – nossos críticos dizem que seria para nos socorrer e nos tratar. Maledicentes! Como seja, perguntamos a eles se seria comum a ocorrência de problemas de coluna em quem estica a coluna cotidianamente. Não – foi a resposta taxativa. Não em animais de 4 patas, bem entendido. Mas – perguntamos – e em animais de 2 patas?
Nossos veterinários sugeriram que perguntássemos a outros membros da equipe, terapeutas corporais, massagistas e quiropratas. A bem da verdade, leitor, confessamos a você que não localizamos nenhum deles no tempo de duração da pesquisa, chegamos a pensar que eles estavam simplesmente querendo ganhar sem trabalhar – uma espécie de neoliberais, lucrando com o trabalho alheio. Localizamos apenas uma assistente de pesquisa, que nos disse que na verdade todos eles estão com os consultórios lotados de animais de 2 patas, com reclamações que vão de cervicalgia à ciática, passando por espondilolisteses, hérnias de disco, lombalgias, bico de papagaio, hiperlordoses, escolioses, artroses diversas, entre outras.
Estavam ganhando bem, faturando alto, porque sabiam cobrar daqueles sabichões que abriam a boca para falar de tudo, que tinham uma resposta para tudo, que tinham solução para todos os problemas, mas não sabiam como retificar a própria vida, começando por saber esticar a própria coluna.
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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