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Se um rei fraco faz fraca a forte gente,
a forte gente faria fraco o rei ou simplesmente o deporia?

Nossos pesquisadores queriam saber como funciona a psicologia do poder, seja do lado de quem manda (uma meia dúza), seja do lado de quem obedece (todas as dúzias restantes). Pensaram eles: a relação entre quem manda e quem obedece segue qual tipo de lógica (se é que tem alguma): é uma lógica pública? Uma lógica privada (aqui eles perceberam que haveria um caminho de estudo) aplicada à vida política? Seria alguma espécie de lógica como a existente na família (os mais velhos devem ser respeitados não importa se sejam uns velhacos) e os mais jovens devem simplesmente obedecer de boca calada e peito encolhido?

Que se trata de algum tipo de subordinação, nossos pesquisadores não tinham dúvida. Mas era pouco contentar-se com essa explicação que não explica nada. E se fosse uma subordinação de tipo psicológica? Assim: sociólogos e historiadores que fazem parte da nossa equipe lembraram de diversos exemplos em que o líder (rei, presidente) é chamado de pai – ou mãe (caso seja do sexo feminino, não necessariamente mulher). E esses que mandam teriam essa alcunha familiar porque deveriam cuidar de seus subordinados políticos como um pai e uma mãe cuidam de seus pimpolhos. Com o mesmo interesse e cuidado de um pai e de uma mãe. E, caso aprovassem alguma lei que o povão não gostasse … pra começar quem é o povão para gostar ou desgostar de alguma coisa? Segundo: quem é o povão para entender o que está em jogo? Terceiro: quem é o povão para julgar uma atitude de um pai ou de uma mãe: Quarto: quem é o povão para achar que a atitude tomada por um pai ou por uma mãe não seria a melhor atitude, a atitude mais indicada, a mais correta? Se fosse uma atitude corretiva, é porque o povão mereceu! Aprontou alguma? Tem que receber um corretivo, que na verdade deveria até ter sido mais duro (porque pai e mãe só pensam em mostrar aos seus pimpolhos o caminho correto e reconduzir a ele em caso de desvio filial). Afinal, pai e mãe, se forem uns bananas terão filhos e filhas ainda mais bananas!

Restaria aos filhos e filhas do povão alguma alternativa no caso de pai e mãe fracotes e bananas? Fortalecer-se e assim mostrar a fraqueza de pai e mãe metidos a ter poder? Ou, ao fortalecer-se, simplesmente mandar para o espaço (pode ser outro lugar) pai e mãe metidos a poderosos?

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