Curto e grosso: nossos pesquisadores queriam entender como as coisas param em pé, só isso. Para começar, eles pensaram no homem. Fisiologicamente, esse ser para em pé porque existe uma coluna para estruturar sua postura. Ok, até aqui, moleza. Mas, e psicologicamente, o que faria o papel da coluna física? O que faria com que o sujeito não fosse uma geleca prestes a se dissolver diante de qualquer abalo ou impacto?
Para isso, fizemos como sempre nossas pesquisas. Você leitor apostaria em quais respostas? Você diria que o que o sujeito acha que o mantém em pé é o amor? A esperança? A bondade? A fraternidade? Errou! A grande maioria das respostas foi ela, a soberana, a verdade! Os mais modestos e sensatos ao menos mencionaram a busca pela verdade, o que está mais de acordo com a realidade. Ao menos não está parados, estão em marcha, mesmo que em direção a sabe-se lá qual precipício!
Passo seguinte foi nossos pesquisadores passarem do individual para o coletivo, ou sociedade, se quiserem. Mas a pergunta foi a mesma: o que mantém de pé, funcionando, um bando de gente que, sozinhas, já são assim quase tão coesas como biruta de aeroporto, o que dirá juntas! Leitor, você arriscaria alguma resposta diferente da que foi dada para o caso dos indivíduos? Sim, foi ela de novo, a verdade, o grande cimento que juntaria todo mundo em um todo ordenado de fazer inveja a uma coluna de soldados marchando.
Mas, especulamos, como a verdade-cimento-e-cola conseguiria tal feito? Se já não é nada fácil que essa operação seja bem sucedida em nível micro, o que dirá em nível macro? Nossos pesquisadores ainda estão especulando que talvez tenha sido melhor, ou mais eficiente, ter deixado cada um achando que sua verdade (seja lá o que isso for!) não só o mantém vivo e ereto, mas que sua verdade-micro guarda razoável semelhança com a verdade-macro, e que só poderia mesmo ser assim, senão a queda seria inevitável, a convivência seria impossível, e não teria havido história.
Bem, como cada um acredita no que quiser, que acredite quem nisso quiser acreditar.
A pergunta que fica: quem ganha com esse tipo de crença?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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