Claro que, por aqui na Canis&Circensis, nós detestamos prisão, falta de liberdade, privação de movimento etc. Esclarecemos logo de início que a prisão a que nos referimos não tem tanto a ver com grades de metal, se bem que tem gente que só se sente em casa entre os seus prisioneiros.
Nossos pesquisadores estavam estudando, no caso desse Aforismo, aquela prisão que faz do sujeito gato-e-sapato, que o joga na lona e ainda pisa em cima e cuspe na cara, que tripudia de tudo que é jeito … E, para fazer isso, é preciso conhecer muito bem quem será o alvo de tanta safadeza, … e quem melhor se não o próprio safado? O próprio criador da safadeza que prende? Que o deixa prisioneiro de uma (para não dizer muitas) safadeza que faz dela quase a vida do desinfeliz? Porque tem isso: liberdade é um belo slogan para se defender e pelo qual se lutar, mas de qual liberdade está se falando? Afinal, são tantas as prisões que é necessário que o homem, esse presidiário de vocação, comece por selecionar as prisões de que quer libertar-se.
Um primeiro passo seria começar pelas mais fáceis, quais seriam? Libertar-se do patrão que paga mal? Ótimo, se houver opção. Do parceiro/a: ótimo também, mas há opções (melhores, claro, porque piores não faltam)? Libertar-se da nacionalidade que condena todo mundo a ficar refém para sempre da história de um único povo? Leitor, concorda que, sendo nós todos humanos e terráqueos, seria bem interessante que fôssemos descendentes da humanidade inteira, da raça humana, e não da raça desse ou daquele país, o que só dá oportunidade para guerras fratricidas?
Do ponto de vista estritamente individual, não faltam prisões, começando pelas pegadinhas psicológicas, pelas trairagens psiquícas, pelas carteiradas emocionais – aqui, a lista vai ao infinito, dá inumeráveis voltas em torno da Terra, com vocação de ultra maronista, começando desde aquelas adquiridas na infância, passando pelos anos de (de)formação, seguindo pela vida que de adulta mal tem o nome.
O que nossos pesquisadores estão tentando estabelecer nesse momento é justamente a ligação entre a prisão que prende e a prisão que protege o prisioneiro – são a mesma?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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