Papo reto: não dizem que a verdade, por ser assim tão … verdadeira, seria evidente por si mesma? Que não precisaria de nada, exceto a si própria? Que teria vida independente do que quer que seja? Seria assim como uma luz, ou como ‘a’ luz, que iluminaria imediatamente um espaço que ficou escuro por décadas? Verdade que se imporia naturalmente justo por ser a própria verdade, o único, real e verdadeiro antídoto contra a mentira? Seria alguma coisa assim tão incontestável quanto uma bofetada na cara – muitas vezes tão dolorida quanto!
Tendo essa reflexão como pano de fundo, nossos pesquisadores estavam encafifados: se qualquer coisa repetida à exaustão fica com cara de verdade, que verdade é essa que para parecer verdadeira, ou melhor, para parecer verdade, ou ainda melhor, para parecer ‘a’ verdade, precisaria ser repetida até não mais poder? Não tinha que ser assim pá e pronto?! Questão resolvida?!
Assim, se fosse repetido até não mais poder, se fosse repetido sem fim e sem trégua que, por exemplo (que poderia ser outro qualquer), para ser alguma coisa na vida é preciso ter, então, tendo, seríamos alguma coisa na vida. E, quanto mais tívessemos, mais seríamos, certo?
Ou então (outro exemplo) que a verdade-mesmo, a boa, a correta, a única, seria comer arroz com feijão, e não feijão com arroz, quer dizer, arroz embaixo e feijão em cima (nunca feijão embaixo e arroz em cima) – como ficariam aqueles mentirosos que comem arroz e feijão colocados lado a lado no prato?
Então, a verdade não seria assim uma questão de fato, mas uma questão à qual se acostuma, confere? Sendo outro o costume, outra seria a verdade. Incontestável. Querem raciocíno mais … verdadeiro do que esse? Pelo jeito, acostuma-se a tudo na vida, a começar da verdade (de ocasião, como essa). Então, vamos repeti-la: acostuma-se a tudo na vida, a começar da verdade (de ocasião, como essa); acostuma-se a tudo na vida, a começar da verdade (de ocasião, como essa); acostuma-se a tudo na vida, a começar da verdade (de ocasião, como essa).
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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