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Uma coisa entre coisas é outra coisa,
diferente do que era quando não estava entre outras coisas

Os Aforismos relativos ao estudo das coisas têm sido muito demandados pelos leitores, donde concluímos que é uma coisa que interessa. Como seja, desde o início nossos pesquisadores perceberam que uma coisa é uma coisa sem conexão com outras coisas, tipo coisa avulsa, descanhotada; outra coisa é uma coisa, uma qualquer coisa, em conexão com outras coisas, assim tipo uma cor que se vê separada de outras cores: é uma vista sozinha e outra diferente vista junta com outras cores.

Porque essa parece ser uma propriedade de uma coisa: ser uma coisa enquanto tal e outra enquanto junta com outras coisas.

Logo de início, uma coisa chamou a atenção de nossos pesquisadores: os participantes das nossas pesquisas queriam-porque-queriam que nós concordássemos com eles de que uma coisa não deveria se misturar com outras coisas para manter sua independência e suas características enquanto coisa. Estranho, não? Que coisa é essa, bundona-amarelona, que não pode se misturar com outras coisas? Que não pode e não deve nem deveria misturar-se. Nós, os Canis&Circensis, achamos que uma coisa como essa é uma daquelas coisas que não aguenta um não; que não admite ser contrariada; que, bastou levantarem a voz um pouquinho-só e pronto, já sai chorando! Que feio, dona coisa! Bateu o pé e já sai correndo para barra da saia da coisa-mãe!

Por aqui, achamos que a coisa que mereça essa nome, a coisa que seja, tem que saber se misturar sem se decompor; tem que dançar a dança que se apresentar (aqui, não estamos colocando nenhum ritmo em particular) e nada de pisar no pé do/da parceira, nada de dar canelada. Tem que dançar dentro do ritmo, dentro do compasso. Tem que se apresentar, sem se impor como a última coisa do pacote!

Sem falar o óbvio: coisa que se olha apenas no espelho não é lá muita coisa.

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