Se você pudesse ser feliz exatamente agora, neste exato segundo, quanto tempo você esperaria para ser feliz? Se demitir o chefe te faz feliz, por que você o demitiria apenas amanhã? Se, para você, felicidade é ficar tomando cerveja o dia inteiro, por que você esperaria até terça-feira (estamos escrevendo esse aforismo em uma segunda-feira)? Se você quer ir morar em Paris, por que moraria lá no caixa-prego? Se você pudesse fazer do shopping a sua casa, por que você ficaria na “sua” casa (que não tem nem lanchonete nem praça de alimentação)? Se você pudesse ficar dormindo o dia todo, por que você perderia tempo lendo essas linhas? Se você pode ter a carteira cheia de dinheiro agora, o que você está esperando para enchê-la?
Se aquilo que você quer estivesse ao alcance da sua mão extamente agora, na forma de uma arma de fogo, por que você não puxaria o gatilho já?

Nossos pesquisadores apuraram que querer alguma coisa, se fosse poder, não existiriam no mundo impotentes dispostos a pagar aquilo que a vontade faria de graça. Se a pessoa pode fazer sexo a torto a direito, a começar de agora, por que ficaria sentada no banco da praça, dando milho aos pombos?!
Nesse ponto, nossos pesquisadores decidiram fazer uma pergunta mais crua na pesquisa: voltando à vida real, imagine agora que você não poderia fazer nada daquilo que faria imediatamente, caso dependesse única e exclusivamente da esperança. Em outras palavras, para eliminar seu chefe; para ficar bebendo cerveja o dia inteiro; para morar em Paris; para viver em um shopping; para ficar dormindo o dia inteiro; para ter uma carteira cheia de dinheiro sem poder puxar o gatilho de uma arma – para fazer destes sonhos realidade, bem, para não continuar passando vontade, você teria que deixar a esperança de lado, arregaçar as mangas, colocar a mão na massa e passar à ação.

Nossos pesquisadores não duvidavam de que a esperança trouxesse o sonho mais para perto do sonhador. A dúvida era: mas o que esperam esses esperançosos, que a esperança lhes dê algo mais do que uma miragem metida a realidade? Um espectro que não tem força suficiente para se tornar real?