O homem sempre quis ter o controle da sua vida nas próprias mãos. Ficar refém do destino demonstraria incapacidade ou fraqueza para lutar, para não dizer mesmo ignorância sobre o papel que ele desempenha na criação. Se, durante muito tempo, a ignorância pode ter sido justificável, já teria chegado o momento propício para o homem superar tudo o que o impede de ocupar a posição de proeminência que lhe caberia por direito divino. E, para ficar à frente de tudo e assumir as rédeas da vida, o homem conta com o mais precioso dos dons: o conhecimento. A coroa dourada do conhecimento é a única digna de adornar a cabeça do homem! Reina quem sabe!
De posse da ideia de que para dominar é preciso conhecer, o homem se empenhou justamente em conhecer, e conhecer de tudo: da influência das marés no crescimento capilar à influência do alinhamento planetário na tomada de decisão políticas, econômicas e organizacionais. Como fruto da natureza, o homem precisava conhecê-la antes de dominá-la.
Conhecendo a natureza, o homem atingiria o ápice de sua função: corrigir os equívocos cometidos pela própria natureza, colocando a evolução no caminho certo. Mas o homem precisava conhecer não apenas o que aparecia na frente, mas, sobretudo, o que a natureza esconde. Perguntou-se o homem: se, por exemplo, o Sol nasce toda manhã é por que ele, Sol, ganha toda manhã a queda de braço com a Lua? Não faz sentido. Será que o Sol nasce por que ganha da Lua no par ou ímpar? Não haveria lógica. Lógica?! Só pode ser isso! Se a natureza nunca se cansa de brincar de esconde-esconde, a Lógica vai acabar com essa brincadeira e desvendar de uma vez por todas o mecanismo que explica a relação entre o que aparece e o que permanece escondido. Se existe uma consequência, existe uma causa. Descobrindo primeiro essa, descobriremos aquela – essa é a ordem certa das coisas!
Para desvendar a certeza desse mistério, nossos pesquisadores foram a campo e, respeitando exatamente a mesma ordem que se exige das coisas, formularam: a ordem está correta quando primeiro vêm os bois, depois o carro – tanto é assim que, quando queremos apontar a falta de lógica, dizemos que não se pode colocar o carro na frente dos bois, ou seja, a consequência antes da causa. Mas se a causa vem antes da consequência, como os bois podem vir primeiro?
Quando entendermos a lógica das respostas, divulgaremos os resultados.
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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