Anterior
Próximo

A consciência é apenas exata e
unicamente a história da busca da consciência

Todo mundo conhece a expressão “cachorro correndo atrás do próprio rabo” – sim, pode nos criticar por estarmos falando mais uma vez de cachorro! Mas, ela nos serve para estudarmos o Aforismo acima.

Como assim? O que têm a ver cachorro e consciência? Serve a partir de uma pergunta: o que o cachorro procura ao procurar o próprio rabo? Está interessado em quê? Alguns dizerm que é excesso de energia. Outros dizem que esse comportamento se deve a algum problema neurológico. Mesmo entre aqueles de nós que são veterinários não há consenso.

A falta de consenso fez com que procurássemos alternativas de explicação. E se o interesse do cachorro pelo rabo fosse o interesse que o bichano tem por um órgão fundamental para sua vida, responsável por uma série de condições fundamentais para sua vida, mesmo que ele não saiba direito do que se trata? Seria assim como o interesse que a bússola tem em saber como ela se orienta para orientar quem faz uso dela para orientar-se.

Nessa linha de raciocínio, teríamos então: cachorro se interessa por rabo (por saber que nesse rabo tem coisa!); bússola se interessa por bússola (por saber que nessa bússola tem coisa!).

Nossos pesquisadores estão trabalhando agora em uma linha, ao mesmo tempo, mais lúdica e infantil. E se tudo não passasse de mágica? Quer dizer, se fosse como em um passe de mágica, bem entendido, daqueles mágicos bons de mágica, aqueles que enganam todo mundo? Porque o que as pessoas procuram na mágica pode ser alguma coisa transcendental, como se, desvendada a mágica, estaria desvendado o segredo do mundo. Mas pode ser também aquele interesse que a criança curiosa tem, por exemplo, pelos mecanismos que fazem funcionar as coisas, um relógio, o motor de algum aparelho.

E se esse interesse não passasse do legítimo interesse da imagem em saber se a imagem que o espelho apresenta seria ela própria, imagem? Então, a imagem vai olhando e observando a imagem que a imagem apresenta; vai descobrindo contornos até então não vistos, nem percebidos; vai conhecendo ângulos até então desconhecidos; vai tendo perspectivas totalmente ignoradas até o momento presente.

E, nessas, a imagem vai tendo sobre a imagem imagens que só fazem com que a imagem não abandone jamais a busca de outras imagens.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress