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A doença é o filho bastardo cuja paternidade nenhum pai assume

Mais uma das vezes que fomos duramente criticados pelos opositores do trabalho científico do Canis&Circensis, na esteira da crítica que recebemos quando levantamos, no caso do Aforismo que estudou o câncer, a hipótese de que o homem não passa de um criador de destruição, começando por atentar contra a própria existência – a dos outros é mera derivação.

Nessa linha de racíocinio, então, o homem produz tudo que estiver a seu dispor para tornar sua (a minha, a nossa, de todo mundo) vida um inferno – contando, com o passar do tempo, com recursos tecnológicos mais e mais letais. Se tivermos que resumir em uma palavra seria doença. Não só em vez de, mas ao invés de produzir saúde, o homem desenvolveu ao longo da história uma expertise de ponta para tornar a vida de todos um suplício interminável, com um ou dois segundos de intervalo de paz para recuperar a saúde pra continuar matando.

Nossos pesquisadores perceberam que a quase totalidade das críticas que recebiam vinha daqueles que achavam que essa nossa vocação de orca brincando com filhote de leão-marinho não seria algo natural – quer dizer, seria, mas seria como que uma vocação paralela a outra vocação que o homem teria para a saúde e a sanidade, ou a busca dessas duas condições. Mas, se a linha evolutiva da morte está ganhando de lavada da linha evolutiva da vida, isso significa que essa última não dá pro cheiro, está apanhando de dar dó, está levando uma coça, mas uma surra que não deixa dúvida de que a vida não é adversária à altura da morte. Seria uma briga entre a fragilidade versus a Potência.

Se essa nossa linha de especulação estiver correta, restaria perguntar por que as coisas estariam se passando assim dessa maneira desde sempre. Opção? Falta de opção? Falta de empenho em mudar essa situação? Falta de aderência a uma vida de sanidade? Falta de vergonha na cara? Patifaria existencial? Fraqueza nas pernas e no caráter?

Afinal, leitor, quem você acha que errou nessa história: quem criou as coisas para que elas operassem assim, dando uma falsa aparência de equilíbrio? De que bastaria fazer a opção correta? Mas que opção existe entre dois pratos de uma balança em que um prato tem 99% de chance de triunfar e o outro prato, 1%?

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