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A existência é o recall da essência

Por aqui, no Canis & Circensis, nunca nos contentamos com pouco, mesmo porque, se o fizéssemos, estaríamos não apenas nos desrespeitando, mas desrespeitando principalmente você. Por isso, não temos receio de enfrentar temas difíceis. Um deles é justamente esse: será que a essência de cada um, verdadeira reserva de mercado da alma, intocável, a ponto de provocar mortes quando colocada em xeque, está à altura de garantir uma existência minimamente digna desse nome? Ou seria necessário um belo banho de loja nessa verdadeira não-me-toques chamada essência? Ao menos uma funilaria e pintura, meia-boca que seja, mas o suficiente para fazer com que a essência saia da ostra em que querem que permaneça todos os avessos ao contato com a vida como ela é.

Nossa linha de raciocínio, quando analisamos esse Aforismo, era inicialmente de caráter evolutiva. Não dá para melhorar? Não é mesmo necessário melhor? Haveria assim algo de tão intocável, mas tão intocável, que tocá-la seria conspurcar, seria sujar o imaculado, seria mexer no imexível? Quer chamar de coração, chame! Quer chamar de alma, chame! Quer chamar de Eu, chame!

Pensamos: mas diamante bruto não se lapida? Diamante lapidado não fica mais bonito do que diamante bruto? Em termos de mercado, o que vale mais: o diamante bruto ou o diamante devidamente lapidado, pleno de beleza, cheio de nuances escondidas que estavam sob o manto da inoperância? Ou, analisando sob o prisma oposto: o que haveria assim de tão perfeito a ponto de não precisar de nenhum reparo? É tão bom assim, que já nasceu pronto? Se já nasceu pronto, o que fazer? Nada a evoluir?

Nossos pesquisadores estavam interessados na verdade em saber por que de tanta proteção. O que haveria assim de tanto interesse em preservar o que ficaria melhor se melhorado? Por que não melhor o que ficaria melhor se melhorado? Não está parecendo assim um tipo de reserva de mercado? Mas, se existe reserva de mercado, existe interesse, concorda? Quando um mercado quer praticar alguma reserva é por que existe interesse em praticar essa reserva: o interesse é de quem? Quem está protegido está protegido de quê? Ou a vantagem quem está levando é todo mundo menos o supostamente protegido? Concorda?

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