A fé faz de nós, que não sabemos, acreditar naqueles que,
como nós, não sabem, mas que, pela nossa fé, acreditamos que saibam

Amigo leitor, perguntamos à queima-roupa: dá para acreditar em quem diz que sabe, em quem diz com eloquência e vigor que sabe, mesmo sem apresentar nada de muito concreto para defender o que está dizendo que sabe?

Leitor, você concorda conosco, quando defendemos a ideia de que saber não é brincadeira, não se encontra em qualquer esquina, nem em qualquer texto (ops!), nem em qualquer site (ops!), nem em qualquer blog? Então, parece que se cria um buraco daqueles tipo buraco negro, separando o que sabemos e o que queremos saber e o que achamos que temos de saber. E buraco negro é outro que com ele não tem brincadeira: engole tudo que está à volta, em volta, do lado, em cima, abaixo, eita sujeitinho insaciável!

Imagina você, inadvertidamente jogado no espaço sideral e, por conta dessas incoveniências do destino (uma entre as tantas), aproximando-se de um buraco negro. Terror de arrepiar a espinha! Tá bom, você pode achar que exageramos na comparação – pode ser.

Mesmo porque, por aqui mesmo na Terra, que não deixa de ser a sua moda outro buraco negro, se a gente não toma todo o cuidado do mundo e pronto: seremos dragados para uma realidade sem fim de perguntas – das mais simples (por que eu sou como sou?) às mais complexas (por que todo dia é hoje?) -, o que dirá então respostas a essas perguntas!

Por isso, nós, que além de pesquisadores íntegros, somos almas de elevada elevação, entendemos o apelo que representam aqueles tantos que chegam com o kit pronto: problema colocado-problema resolvido. Basta o desavisado pagar e pronto: um ignorante a mais (entre tantos) e uma moeda a mais (entre tantas) e todos os problemas resolvidos: da unha encravada à traição do companheiro(a); da existência de Deus à existência do ET de Varginha; da conspiração internacional dos incas venusianos à desclassificação do time do coração.

Basta acreditar!

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como nós, não sabem, mas que, pela nossa fé, acreditamos que saibam

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a palavra, o amante aventureiro, devasso e sedutor

A realidade será a última a saber

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