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O que funciona precisa mostrar que funciona? Ou, só por querer mostrar-se, está na verdade mostrando que é um tremendo de um vaidoso?
Olhemos para uma rosa. Linda, independente da cor, exuberante. Mas para mostrar-se dessa forma, todas as funções que a mantém assim têm que estar trabalhando juntas, cada uma fazendo sua parte muito bem feitinha.
Nessa linha da beleza e da exuberância das coisas, muitos são os exemplos. Pensemos na pelagem dos grandes (ou mesmo dos pequenos) felinos, onça, jaguar. Ou nas infinitas configurações das plantas, é o verde configurando-se em arquiteturas de uma sutileza estonteante, cada uma chegando à configuração que chegou porque essa foi a que melhor para manter viva a vida de quem a porta.
Tudo bem que você, leitor, pode dizer: ‘e o que dizer, não de rosas e felinos e plantas, mas de um cacto espinhudo? Ou de um pepino ou uma abobrinha, ambos com um charme de um poste, sem nenhuma surpresa, retos, sem ângulos’ – a berinjela ao menos tem uma certa protuberância para dar movimento à forma.
Tudo bem, quando beleza e funcionalidade andam de mãos dadas, estamos no melhor do mundo, mas se o pepino para continuar sendo pepino só pode ser como é um pepino, então ser pepino não é pepino nenhum para um pepino, concorda?
E o que dizer de um peixe-gota? Ou de um macaco-narigudo (um nariz que lembra… você sabe o quê)? Uma touperia-nariz-de-estrela? Ou o rabo-toupeira pelado? Ou o tubarão-duende? Ou o sapo roxo? Ou o mata-mata (ainda por cima um cágado, de água doce)? Para não ficar apenas no mundo animal, vamos lembrar que entre as belas orquídeas, tem uma, de Madagáscar, a Gastrodia agnicellus, que não faz jus à família!
Como seja, a forma que cada um mostra por fora foi o que de melhor produziram suas funções internas. O homem pode dizer o mesmo de si?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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