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Sempre dissemos que este é um trabalho científico. Esta advertência, feita para todos, especialmente para todos aqueles que duvidam ou venham a duvidar deste fato, é condição sine qua non do trabalho da Fundação CANIS & CIRCENSIS. Sine qua non, ou seja, sem a qual este trabalho não existiria – para aqueles que duvidam da nossa seriedade, escolhemos não por acaso uma expressão latina, para não deixar dúvida de que, quando o assunto é pensar com rigor, fazemos como ricos e endinheirados: não abrimos a mão! O que fazemos questão de abrir é o cérebro. Cérebro, viu!?
Então, ao ler o aforismo acima e, na sequência, o primeiro parágrafo, seu cérebro detecta uma contradição. Se este é um Aforismo que se pretende científico, que história é essa de vir com poesia? E para falar nada mais, nada menos do que sobre a vida?! E que, ao falar do fenômeno mais complexo e incompreensível de todos (a vida), escolheu, dentre as infinitas maneiras de abordá-lo, apontar justamente seu caráter fugidio, impermanente, passageiro, ilusório, inconstante, fugaz, elusivo e escorregadio?
Mas, será que para dar conta desse caráter fugidio, impermanente, passageiro, ilusório, inconstante, fugaz, elusivo e escorregadio uma fórmula (fórmula física, química ou matemática, escolha à vontade) seria suficiente?
De qualquer forma, trata-se de um aforismo bonitinho, concorda? Não? Só um versinho gracioso? Você não acha que a poesia pode ser uma das maneiras que a verdade encontra para se mostrar? Poesia não passaria de veleidade de espíritos levianos? Você é daqueles que acham que a verdade não pode vir embalada na forma de um verso e que tudo que tenha a pretensão de ser certo, exato, justo e verdadeiro está condenado a exprimir-se apenas na forma de uma fórmula? Poesia não seria uma saída quando a ciência se encontra em um beco sem saída?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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