Que a humanidade é um bando de gente mais perdida que cachorro em dia de mudança, não há dúvida, principalmente porque não é gente tipo cachorro com pedigree Canis&Circensis! Gente-cachorro que sabe onde colocar as fuças!

Bem, quer queiramos ou não, são esses que estão todos por aí. Perambulando por aí, esperando o que não veio nem virá nunca, que esperem sentando porque vão cansar. Mas, perguntam-se nossos pesquisadores, como essa gente-cachorro-perdido-em-dia-de-mudança se movimenta vida afora? Aliás, foi nesse momento que soubemos da existência desse Aforismo, mais exatamente quando nossos pesquisadores estavam fazendo a necessária distinção entre movimento e avanço. Nesse momento, eles estavam discutindo justamente como era possível e absolutamente sem sentido mover-se feio louco para tudo que é lado, menos para frente, quer dizer, menos tendo um sentido (olha ele aí) coerente. Não demorou para que eles chegassem à óbvia conclusão de que a movimentação é uma espécie de compensação para a falta de avanço efetivo. Sabe, como aquele seu colega-traíra do escritório, que não trabalha nem com reza brava e, para simular essa falta de efetividade, movimenta-se qual um louco, dando a impressão de que sem esse seu (dele) movimento o mundo simplesmente iria parar, não teria para onde ir, carente de orientação segura e precisa.

Então, se a vida não é bula de remédio, muito menos bússola de orientação, de onde tirar e extrair aquilo que não pode constituir orientação por si mesma nem para si própria, o que dirá para todos os outros – quase a totalidade de todos?

Ora, ora, concluíram impacientemente nossos pesquisadores: que cada um achhe uma direção para seguir, um caminho por onde caminhar – melhor ainda se esse caminho e esse caminhar forem feitos por necessidade e interesse próprio, e não por interesse dos que têm interesse em dizer que todos os caminhos levam à cidade eterna, e que não temos que reinventar a roda, nem criar nada do zero, por conta própria.

Leitor, você não acha que quem tem interesse em sustentar uma idéia como essa não teria interesses inconfessavelmente dirigistas? (Ou talvez seja algum fabricante de placas!)