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Algum dia chegará a hora do vir-a-ser?

Se é, é. Sem nenhuma necessidade extra. Se não é, não é por quê? Vir a ser, coisa de um futuro que poderá vir a acontecer, significa que alguma coisa ainda não é.

Confuso? Bem, nossos pesquisadores gostam de encrenca, e, nesse caso, eles estavam tentando entender se essa história de vir-a-ser não seria uma carteirada de se jogar para amanhã o que não acontecerá nunca. Ou se (eita encrenca) é melhor, bem melhor, o vir-a-ser, que ao menos representa uma possibilidade (distante certamente) de superação das coisas como são e como estão, uma espécie de cenoura que se coloca na frente do cavalo para fazê-lo tirar as patas do chão, e colocar essa charrete em movimento, mesmo que esse cavalo jamais conseguirá morder aquela maravilhosa cenoura.

Então, nesse raciocínio, a questão não é alimentar o cavalo (o que pode se feito depois, com uma cenoura velha qualquer), mas fazê-lo fazer o que se espera que ele faça: puxar a charrete, levá-la para frente, movimentar as coisas. Mesmo porque, se o cavalo conseguisse comer a cenoura enquanto estivesse puxando a charrete, adeus movimento, as pessoas que estivessem na charrete não chegariam ao seu destino, a carga da charrete poderia apodrecer só porque o cavalo, alimentado, iria mesmo querer é descansar, deixar de lado esse peso todo, parar de ser açoitado.

Ainda nesse raciocínio, fica fácil perceber que o cavalo não se dá bem nessa de ir atrás do que nunca irá acontecer (comer a cenoura). Então, quem lucrou com isso? O plantador da cenoura? Se o cavalo pensasse, o que ele poderia fazer para deixar de ir atrás daquilo que estará para sempre à sua frente? Nesse momento, nossos pesquisadores estão tentando entender se tudo não se passa como se tudo não passasse de um equívoco (como quase sempre). Assim: vir-a-ser pode ser bom se for para melhorar a situação de quem acha que melhorar é melhor do que ficar como está; mas se o vir-a-ser não melhorar a situação de quem está interessado em melhorar, mas melhorar a situação daqueles para quem o vir-a-ser for um transtorno e um prejuízo, então, é o caso de perguntar: quem lucra o quê como tudo isso?

Leitor, se você fosse um cavalo, o vir-a-ser seria bom? E se você fosse o produtor da cenoura, o dono da charrete, o dono da carga, o passageiro – não seria melhor ficar como está?

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