Mais recentemente, tem gente falando que vivemos em uma sociedade do cansaço. Que nos cansamos de tudo, da sociedade, das relações, dos relacionamentos, da carreira, da vida, enfim.
Você, leitor-raiz dos Canis&Circensis, sabe que não há modas mais sedutoras e envolventes que as modas intelectuais. Sempre tem algum-alguém lançando alguma novidade, alguma tendência de pensamento, pensando estar à frente de todos (se bem que não é nada difícil superar tartarugas), quando você está sabendo de há muito que o cansaço a que se referem certos modismos intelectuais se devem por alguma coisa de uma simplicidade muito banal: as coisas têm uma hora que não acabam nunca!
Já reparou que essa coisa acontece em tudo que é setor da vida humana: na economia, na política, nas relações, na família, na religião, nos esportes, nos programas de televisão e nas bolhas sociais (terrenos mestres no assunto que estamos abordando), perto das quais aquele sujeito bom de velório, quer dizer, aquele que ficava velando o corpo a madrugada inteira sempre com um assunto na ponta da língua, parece fichinha. Ponto final nem pensar; nem ao menos uma mísera vírgula, falava direto, mais que vizinha fofoqueira.
Quando nossos pesquisadores começaram a estudar o Aforismo logo perceberam que as coisas, qualquer coisa, deveria parecer e – sobretudo – comportar-se como orgasmo: tem que ter um fim, mesmo que, no caso do orgasmo, sem os cuidados devidos, aí é que a vida não só não tem fim, como principia de novo e a roda continua rodando-rodando-rodando.
Mas, nós pensamos, ao contrário, que as coisas são como textos de Aforismos do Canis&Circensis: tem que ter um ponto final, como esse.
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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