Anterior
Próximo

Conceito não tem caráter.
O que dá o caráter do conceito é a cara de quem conceitua

Que o ser humano não se responsabiliza por nada, isso sabem até as rochas do planeta Marte. Bastou aparecer alguma responsabilidade a ser assumida, que a coisa não é comigo, não é bem assim, você está exagerando etc. etc. etc.

Nossos pesquisadores apuraram que o ser humano foi desenvolvendo, ao longo da história, diversos estratagemas para não pagar a conta que lhe cabe, das mais simples às mais sofisticadas intelectualmente. Um das que tem se revelado mais eficiente é a de achar (ou querer achar) que as coisas do mundo, da vida, da existência, todas elas sem exceção, não podem sofrer nenhuma influência da parte de quem as manipula, ou a elas está se referindo. Então, essas coisas poderiam permanecer em seu eterno trono da qual não saem nem com reza brava, inatingíveis, e a vida segue com os homens brigando entre si por acharem que sua visão particular está mais próxima de ser a visão verdadeira do conceito, quando este estaria dando uma banana pra todo mundo, para todos os homens, para a opinião de cada um deles, caso existisse. E, se existisse, teria ainda mais motivos para mandar passearem todos aqueles que acham que entendem o que ele seria ou significaria. Então, desse ponto de vista, fica engraçado sentar-se na plateia tendo à frente um ringue de luta, no qual ficam se estapeando toda gente, luta que não leva a nada nem a lugar nenhum, luta que nenhum dos contendores vai ganhar, exceto do próprio ponto de vista. Nossos pesquisadores acreditam que essa crença de todos acharem que cada um tem a verdade definitiva sobre o que não existe pode ser coisa de doido – e é! Mas, parece ser mais do que isso. Pensam eles assim: mas, afinal de onde viria essa ideia de que o conceito sobre qualquer coisa ficaria totalmente fora do alcance e da compreensão correta de todo e qualquer mortal? Quem colocou o conceito (repetimos: sobre tudo e qualquer coisa) lá, lá no inatingivelmente longe? Leitor, não parece coisa de gente interessada não no conceito, mas no que eles dizem ser o conceito, no que eles dizem que tem que ser o conceito, impedindo a todos nós de construirmos, cada um de nós, cada povo, cada gente, o seu entendimento, de acordo com sua história, Do jeito único que eles colocam, claro, nenhum mortal de carne e osso consegue entender ou atingir. E, nossos pesquisadores esclarecem que, por qualquer conceito, fala-se de conceitos como: amor, gratidão, vida, morte, amizade, interesse, paz, violência, conquista – tudo, tudo. Leitor, tem caroço nesse angu!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress