Leitor, você já ouviu falar da síndrome do pequeno poder? É a síndrome de quem não tem poder nenhum, o que só costuma piorar a situação. Assim: é o poder do motorista de ônibus, que não para para pegar a velhinha fora do ponto com os outros passageiros; é o poder do funcionário público que fecha o guichê na cara da população, mesmo podendo atender quem ainda está na fila (quase todos), afinal, só passou um minutinho do horário, obrigando o pessoal a retornar no dia seguinte, com os custos envolvidos nisso – os exemplos somam-se aos milhares, vistos e constatados diariamente, do boteco da esquina ao consultório odontológico.
Nossos pesquisadores estavam e continuam interessados em entender o seguinte: quem tem poder tem o quê? O que o poder permite? Uma primeira resposta óbvia é beneficiar-se do próprio poder; do que o fato de ter poder permite. Mas, aí, leitor, você pode argumentar: mas, uma coisa é ter o poder que tem um sujeito rico, um milionário, dono de empresa; ou um diretor de multinacional – nesse casos, te muita grana envolvida, então, é o melhor dos mundos: poder mandar e tiranizar a vida de todo mundo com as benesses que isso traz junto,
Mas, o que dizer quando descemos a escala evolutiva da administração, quando falamos de um gerente, ao menos um encarregado, cada um com uma meia dúzia de peões à disposição da sua sanha? Ou de um zelador, então?
Nossos pesquisadores estão colocando um novo elemento de análise: será que o fígado de quem tem poder tem mais ira e raiva? Será que a bílis aumenta justamente quando diminui a escala evolutiva do poder? Quer dizer, quanto menos grana e poder envolvido, pior a raiva? Porque, leitor, fala a verdade: nada como mandar na vida de alguém-quem-quer-que-seja-mesmo-que-seja-ninguém!
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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