Você não tem idéia da discussão que isso gerou entre nossos pesquisadores. Porque para nós, os Canis&Circensis, política, futebol e religião é o que se discute, com o calor que esses temas merecem. Entre nós, não vamos dizer que temos de tudo em política (não temos nazistas, xô, gente criminosa; não temos fascistas, xô gente-idem), mas temos um espectro largo de interesses e paixões políticas, que incluem gente conservadora (mas não como é comum no caso, gente esclerosada) e muita gente que, sabendo que política é relacionamento de toda ordem, então, são também eles apreciadores de toda ordem de especulação política, gente tentando entender como seria possível fazer da política a arte da convivência pacífica (na medida do possível) mas sempre respeitosa.
Tudo isso considerado, nossos pesquisadores estão pensando, sabe, naquele lado negro da força presente em tudo, ou seja, presente na política, porque política é justo isso, tudo. Esse lado negro colocaria a existência de dois lados, sobrepostos, um em cima do outro, portanto, um que manda e outro que obedece, o que deu origem aos dois conceitos presentes na formulação do Aforismo. Perguntam-se nossos pesquisadores, pergunta que compartilhamos com você: em política só existem essas duas posições: quem manda e quem obedece? É isso política? É só isso política?
Mas, não há nada intrigante em um fato: essa divisão verdadeiramente esquizofrênica é de grande interesse para quem manda, concorda? Então, eles mandam (o que muito lhes agrada) e um montão de gente obedece (o que lhes agrada ainda mais). Desse ponto de vista, não importaria o apelido do regime político, desde que seja respeitado esse esquema binárioidescrito acima: eles e nós. Esquema piramidal, e de cima para baixo, esquema oracular, nada de horizontalidades participativas, nada de discussões meridianas, nada de relações cara-a-cara, nada de afetos que se entrecruzam e se entrecortam, nada de mesas redondas, em que todos se responsabilizam pelo resultado final, com poderes divididos, pulverizados, participativos, mas apenas mesas retangulares, com posições bem definidas, sobretudo a cabeceira, a dos mandacionistas, quer dizer, dos mandocratas.
É isso política? É só isso política?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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