Dentro de si o homem está à vontade? Está em casa? E os homens, estão em casa entre os seus? Ou estamos mais para estranhos um ao outro e uns aos outros (ainda que muitíssimo parecidos, a começar do fato de que todos acham que estranhos são o colega do serviço; aquela sirigata que não te deu bola, preferindo seu colega de serviço; seu chefe, que te acha não só estranho, mas desprezível). Essa gente não conseguiria se entender porque motivos, afinal?

Todo mundo está cansado de conhecer a história do menino-lobo, criado que foi dentro de uma alcateia de lobos, comportava-se (mais ou menos) como um lobo, uivava (mais ou menos) como um lobo, e que só foi feliz em filme de cinema, porque, na vida real, aconteceu a tragédia de não ser coisa nenhuma: nem menino-lobo, nem lobo-menino.

Será então que os homens só se sentiriam em casa se e quando estiverem dentro de uma cela, na solitária, no calabouço, na masmorra, em um claustro? Nada do outro? Nada de confronto? Nada de diálogo e conversa? Ensimesmamento na veia? Prezado leitor: mas assim a vida não ficaria muito fácil e tranquila? Imagine você um sujeito fazendo um exame de consciência, por exemplo: tudo bem que ele está saindo com a mulher do colega de serviço, mas … foi ela que deu em cima dele – e homem é homem, não um rato, não tem sangue de barata ! – e, tem mais, rato é o colega de serviço! Agora, imagina trazer essa situação para uma discussão envolvendo todo mundo?! Só falta trazer a torcida de um grande time de futebol! Não é melhor e mais prudente o amigo do nosso exemplo fazer uma reflexão de si para si mesmo e ficar tudo em casa, quer dizer, na casa da consciência? O colega do serviço vai continuar sendo o colega de serviço, mas o colega corno, também, desculpa … ele não está dando conta do serviço e a mulher veio pedir que nosso amigo, sabe como é! fizesse o serviço que o marido não está fazendo em casa, então, na verdade, nosso amigo não está participando de traição coisa nenhuma, está na verdade é ajudando uma mulher que não está sendo atendida e que o marido dela vai poder refletir sobre sua condição de corno, então, nosso amigo na verdade está prestando mais que um serviço, está prestando um favor, é algo humanitário, isso, nosso amigo está adotando uma atitude humanitária, está ajudando o corno a entender que tem que mudar de atitude e atender melhor a mulher, que assim não pode continuar…

Prezado leitor, um exemplo simples como esse não demonstra mesmo que o homem só sente em casa, dentro de si mesmo, e que, assim procedendo está evitando problemas maiores, como expor o coitado do corno à execração pública?! Concorda ?!