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Nenhuma fera é indomável – que o diga o espírito

Muitas vezes, quando analisamos algum Aforismo relativo ao tema, a chuvarada de críticas que recebemos é enorme. Como já estamos acostumados, nos prevenimos antecipadamente. Tem, entre nós, aqueles que já saem preparados para receber como elogio ovos e tomates: esse pessoal adquiriu tanta prática que, dizem eles, já são capazes de serem atingidos sem que deixem quebrar os alimentos jogados – ainda chegam em casa e fazem uma omelete. Desconhecemos se eles seriam capazes de o mesmo no caso de abacaxís e jacas.

Como você sabe, leitor, tem uns temas que parecem verdadeiras vacas sagradas: quando criticados, ave, todo mundo sai defendendo frequentemente sem saber bem qual o ramos da conversa, ou da análise. Como seja, o tema aqui e agora é o espírito – haja vaca sagrada! Em nome desse “senhor” não faltam mestres e palpiteiros: todo mundo tem uma opinião sobre o tema. Para uns, tudo começou com o espírito; para outros, o espírito é uma labareda de fogo sempre pronta a arder e, por isso, mesmo, todo cuidado com ele/ela é pouco.

Se a análise estiver sendo feita com base artística e objetivos idem, há um verdadeiro torneio de palpites: que é ele que está por trás de toda a criação artística (não importa se de música, literatura, artes plásticas, poesia, escultura, pintura. A tônica: ele é indomável.

Mas nada supera a torrente de palpites quando a análise tem por base a religião. Aí, camaradas, o céu (estamos falando de religião) é o limite. Espírito pra lá, espírito pra cá, que é o espírito que está à frente de tudo, principalmente ser for (o) santo, que é ele que consegue ver antecipadamente, que consegue se antecipar ao acontecimento das coisas, não sendo atingido pelo aleatório da vida, e, se for, sairá mais ileso do que entrou, fortalecido, na verdade.

Não é aqui o caso de entrarmos em nenhuma das duas discussões, mas nossos pesquisadores já estão logo de início encafifados: seres indomáveis não são vistos em circos, cativeiros, picadeiros, todos devidamente devidamente apaziguados, dentes polidos, unhas aparadas, felizes por serem, depois de seu deprimente espetáculo, por merecerem uma migalha qualquer de comida?

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