A vida, um jogo de cartas marcadas? Se sim, por quem? Que papel desempenhamos na nossa vida: protagonistas ou coadjunvantes? Somos nosso próprio artífice, ou estamos parecendo aquele mordono que só segura o castiçal, mordomo com cara de paisagem?
A ideia desse Aforismo é tentar elucidar se não passamos de fantoches e joguetes nas mãos de um destino cruel e insensível, que faz de nós o que quer e o que quiser, quando quiser, com e contra quem quiser (a começar de nós mesmos).
Na outra mão de direção, a ideia é discutir se, sendo o dono da bola, ninguém joga se a gente não jogar. Se tentarem nos colocar fora do jogo, simplesmente não terá jogo, porque não terá bola, a bola que é nossa. Seria como termos escrito um roteiro da nossa vida no qual iríamos desempenhar lá o papel do mordomo com cara de paisagem, ora tenha cabimento! Mas, para essa ideia funcionar, nossos pesquisadores reconhecem que tem um problemão: cada um terá que protagonizar a história do essa-é-a-sua-vida. E toda vez que vier alguém tentar roubar seu papel de protagonista, você manda passear. Toda vez que vier algum diretor dizer que você está representando errado, você manda catar coquinho. Toda vez que vier algum roteirista dizer que você está desempenhando errado o papel que ele escreveu para você, você diz que quem escreve o papel para você é você mesmo, em outras palavras, você manda ele para a casa do chapéu. Toda vez que vier um fonoaudiólogo dizer que você está empostando errado a voz, que o tom da voz está errado, você manda ele pro raio que o parta. Simples assim!
Se tudo isso for seguido à risca como recomendam os Canis&Circensis, desconfiamos (com toda a certeza) que cada um acabará representando um monólogo, em um ato. Estará sozinho em cena. É pouco? Talvez. Haverá público? Talvez. Haverá quem tenha pago para assistir você? Talvez.
Mas cada um desses talvez talvez seja o talvez da liberdade. Fala a verdade, está mais que na hora de cada um ter sua vez, não acha? E enquanto cada um estiver esperando que deem sua vez, essa vez provavelmente nunca chegará.
Talvez você quebre a cara. Talvez você acabe sem grana porque ninguém foi vê-lo atuar. Talvez no final das contas, você seja assim um ator meia-boca. Mas, como você, nuca haverá outro igual.
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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