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O câncer cobra com juros e correção monetária o
que não foi pago com parciomônia e na época devida

Tema polêmico e complicado, que enfrentamos com o habitual denodo e ousadia. Câncer afinal é fatalidade? É pagamento de alguma dívida pretérita? É pagamento de dívida que, mesmo não pretérita, ou seja, dívida atual, é dívida, alguma coisa que o infelicitado não fez, ou fez errado, é a fatura chegou em forma de uma doença para lá de complicada.

Nossos pesquisadores puderam apurar que aqueles que acham que o câncer veio para corrigir o desvio do reto caminho a que todos têm que se submeter conformam-se com esse diagnóstico com resignação e o consideram mesmo como a justa punição por um mal-feito que justificasse tamanha violência sem o direito de não daram nem um pio.

Diante das numerosas respostas semelhantes a essa, nossos pesquisadores não conseguiam sequer mencionar a possibilidade de que doença tão terrível pudesse ter relação com determinado estilo de vida, com o consumo de determinadas comidas (se é que essas poderiam receber essa denominação, de tal forma adulteradas que estão). Quando mencionávamos essa possibilidade, a resposta era imediata: o câncer seria assim como um terreno fértil para o desenvolvimento … do câncer. Mais exatamente: a mente da pessoa criaria mentalmente as condições propícias para que o indesejado convidado crescesse lindo, leve e solto. Seria uma espécie de pequeno Davi, que mesmo mínimo, venceria a parada contra o gigante Golias (comidas ultraprocessadas, remédios caça-níquel, manipulação genética, muita grana envolvida). Mesmo diante desse pelotão de choque, deveríamos enfrentar, de peito aberto, destemidamente, tudo e todos. E se não ganharmos a parada, erro nosso, incapacidade nossa, culpa nossa, dívida nossa. E quando se falar de ganhar a parada, na verdade, são duas paradas: a primeira, que impediria o desenvolvimento da doença; e a segunda, que, doença instalada, seria devida e corajosamente vencida.

Querido leitor, você não acha que é punitivismo demais, não?

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