Querido leitor, você não tem ideia do quanto fomos criticados ao produzir esse Aforismo.

Isso porque a análise caminhava na direção de ressaltar a capacidade humana de criar, o que, como você também sabe, é muito criticada – muitos são os que sustentam que o homem só sabe copiar – e mal! Nossa análise questionava: mas o homem não é capaz de criar nada, mesmo que seja esse nada, assim nada muito fora da curva?! Seria desprezar por baixo toda a história humana desde aquelas cavernas em que nossos antiquíssimos e velhíssimos e primitivos e primevos tatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatabi-savós, aqueles que sobreviviam a uma caçada, a uma chifrada de mamute iriam pra parede deixar registrada o que viam e viviam – e nada de galeria de arte, nem de movimento primitivista, sem ganharem um tostão com nenhuma dessas condições.

Tudo bem que, de lá para cá, a contabilidade das bobagens que fizemos, dos equívocos, dos erros, das guerras, das matanças, das perversidades, das escravizações, da destruição, da violência, da mortandade, do sangue derramado em vão, das mutilações, dos estupros, da crueldade, dos morticínios, da malignidade, das barbaridades, da truculência, das atrocidades, da malignidade, dos malefícios, para ficarmos em umas poucas de nossas realizações, é grande, enorme, extensa. Mas, como a queda não tem fim, não seria nada difícil incluir mais um item no rol das nossas vilanias.

O câncer entraria aqui, com seu apetite insaciável para destruir tudo que é celula que estiver à sua frente, fome absolutamente insaciável, de deixar dinossouro com cara e aura de vegetariano. Tudo bem que tem outras doenças, mas, lado a lado com um câncer, outras das criações do homem contra a própria saúde, como gripes, febres e resfriados não passam de pena em couro de rinoceronte.

Se bem que o câncer tem uns competidores que não descansam no serviço, caso das degenerações mentais (demências, paralisia supranuclear progressiva, esclerose múltipla) e por aí vai.

Leitor, o que você acha dessa nossa verdadeira vocação para a morte, a começar de atentarmos contra nós mesmos?