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O lugar dos pés é no chão. O da cabeça, nas nuvens.
Inverter essas funções é receita certa para confusão

Cada coisa, cada coisa. Cada coisa em seu lugar. Cada coisa à sua hora.

Faz sentido, concorda, leitor?

Agora, vamos estudar as coisas certas no lugar errado, ou na hora errada, ou de maneira errada.

Quando começaram a discutir esse Aforismo, nossos pesquisadores procuraram inicialmente um campo da experiência humana onde a discussão poderia render melhores resultados. Uma primeira proposta, obviamente, seria discutir o tema no campo da Psicologia, onde os malucos trocam as bolas o tempo inteiro. Campo vasto.

Imagine você um sujeito que esteja para casar. Acha que achou o amor da sua vida, só tem olhos para o seu amor pra vida toda. Só tem olhos para a beleza do seu amor, para as qualidade do seu amor, não vê nenhum defeito no seu amor, talvez um dente meio torto aqui, um mau hálito ali, ronca um pouco, de vez quando produz uns flatos meio mal cheirosos, mas amor é amor, nada de olhos para o fato de que o seu amor não é assim exatamente um trabalhador de braços longos, não é assim de lavar a louça, prefere juntar a louça do café com a do almoço e a do jantar, acha que dá menos trabalho, a cama também não precisa arrumar certinho todo dia, só cobrir com uma colcha ou edredon, caramba, não tem ninguém visitando a casa, também a sua mãe a gente não precisa visitar toda semana, uma vez por mês, o último fim de semana do mês está mais que bom, e quando a gente for, também não precisa fazer o mercado do mês para ela e o seu irmão, não dá para aele ajudar?!

Mas, esse campo dos desencontros tinha um rival de peso entre nossos pesquisadores: a política. Claro que, como você pode imaginar, a discussão elevou a temperatura emocional dos participantes: cada um achando que quem tinha os pés firmemente fincados nas nuvens era o outro, que respondiam provocando que quem tinha a cabeça colada no chão era quem estava criticando quem tinha os pés nas nuvens, o que fez com que cada um concluísse que revolucionário era o outro, que respondiam que quem criticava não passava de um mero conservador.

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