Nossa experiência de pesquisadores nos diz que certos assuntos “colocam fogo no parquinho”. Quando o assunto é pecado, então é que a coisa pega fogo mesmo. Mais que quando o assunto é perdão, tema geralmente de interesse de pessoas que, mesmo sem ter culpa no cartório, encasquetaram que têm sim culpa no cartório, e que elas precisam do alívio que o perdão significa, o interesse cai um pouco (ou um muito).
Então, vamos de pecado.
Para evitar de sermos censurados, ou mesmo perseguidos por alguma liga de gente metida a querer se intrometer na vida do Canis & Circensis e de seus estimados leitores (você!), não vamos falar de pecado daquele tipo cometido por gente que só pensa naquilo. Vamos, então, imaginar que o pecado que estaria sendo cometido seria pegar um spray com tinta vermelha e pintar tudo que é azulão (o pássaro) de vermelho. Todas as penas, o azulão todo, exceção feita ao bico – e o azulão virou vermelhão.
Mas, esses pecadores não contavam com os aguerridos representantes da liga da justiça em defesa do azulão-intocável-velho-de-guerra que, invocando antiquíssimas referências aladas, como as asas do atual amarelão mas para todo-o-sempre azulão, juravam de pés juntos que azulão só da cor azul mesmo, e que pensar em azulão na cor vermelha, ou o vermelhão, era pecado para o qual o egrégio e venerável livro dos livros da liga da justiça em favor do para todo sempre azulão na cor azul previa penalidades severas, que, descumpridas, obrigariam o pecador a penas severas (viram só como tudo está conectado? Penas são coisas de pássaros; o azulão – ou vermelhão, segundo o pecado moderno – é um passário: prova irrefutável, segundo os militantes dessa área verdade, de que pecar contra azulão, pintando-o de vermelho, é alguma coisa que já estava prevista desde que as coisas nem pensavam em existir.)
Nossos pesquisadores conseguiram um contato com um representante da liga justiça em defesa do azulão-intocável-velho-de-guerra, foi difícil, a ala do hospital psiquiátrico em que ele se encontrava dificultou tudo o que pode, por obra e graça do diretor técnico so hospital, Dr. Bicudo. Mas, a entrevista foi um fiasco: o entrevistado não deu um pio sequer.
Restou a nossos pesquisadores pensar: que necessidade haveria de haver algum tipo de perdão se pecado não houvesse? Concorda? (Agora você já pode voltar a pensar naquilo, o pecado gostoso velho de guerra.)
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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