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Ou o Eu é, ou o Eu não é, ué?!

Nossa experiência de pesquisadores nos dá segurança para afirmarmos que um dos 5, ou melhor, 4, ou melhor 3, talvez até mesmo 2 dos temas mais solicitados por nossos leitores é aquele que de alguma forma versa sobre a identidade: quem sou eu? Afinal quem seria eu: alguma coisa diretamente relacionada à essência e eu deixaria de ser eu na exata medida em que eu deixaria essa essência, dela me afastaria, ou pior, que a negaria? Então, aqueles que pensam que essência é limitação e, na medida em que não formos nada além da (ou de) essência, nada seríamos senão explicitação do que a essência “diz” que nós deveríamos ser – e nenhum um milímetro a mais! Essencialmente, limitação.

No outro polo, estão aqueles que acham que, sendo essencialmente quem são, nada mais seriam, nem nada mais poderiam ser senão exatamente isso, seja lá isso, essa essência, o que ela for. Só ísso!

Nossos pesquisadores estavam interessados em saber se não haveria nenhum medida intermediária entre esses dois polos pouco afeitos ao diálogo. Mas, quando falamos isso, falamos mesmo na real, não aquele tipo de posição que não é nenhuma coisa nem outra por não querer melindar uma a outra posição. Mais do que isso: se não haveria mesmo vantagem em ser meio uma coisa, meio outra, sabe tipo pizza? Meio calabresa, meio portuguesa (os sabores podem ser outros). Em que medida ser uma coisa impediria de ser outra? Quais as vantagens de ser uma coisa (e somente essa) e não ser uma de manhã, outra ao meio dia, uma terceira lá pelas três da tarde, entrar pela noite como uma quarta e finalizar em grande estilo sendo sabe-se lá que coisa! Nada de rotina, nada de tédio, concorda? Mas ser o que se é e somente isso tem lá suas vantagens, tipo: não ter nenhum trabalho para tentar ser outra coisa, tipo também fazer a mesma conta de 1+1 e chegar invariavelmente a 2, faça chuva ou faça sol. Comportamentos previsíveis, gostos previsíveis, beijos previsíveis, votos previsíveis, vida previsível.

Nossos pesquisadores se espantaram mesmo com uma resposta: “Ora, ou o Eu é de um jeito, ou o Eu é de outro, ué? – foi você, leitor?!

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