Tem muita gente (se assim pudéssemos chamá-las) que se incomoda demais quando o assunto da classe, ou de classe, vem à tona.
Mas, classe pode perfeitamente significar grupo, grupo de pessoas ao qual se pertença. E com o grupo, ninguém brinca: se um membro for atacado ou criticado, a turma toda do grupo, ou classe, sai em defesa. É claro que para pertencer a um grupo, a uma classe, é necessário você deixar de ser você (o que na maioria dos casos não significa que se perca muita coisa, ao contrário).
Se todo mundo é assim, não importa o grupo ao qual pertença (grupo dos velhos da bocha, dos adoradores do gnu azul, dos defensores dos gnomos verdes, barrigudos e peludos), por que com os políticos seria diferente? Nós aqui da Canis&Circensis achamos que grande parte da crítica feita aos políticos vem de gente que faria de tudo para participar desse grupo, mas que, fora desse baile, meteu-se a criticá-los. Também, imagine só o que eles perdedores estão perdendo: participar de mamatas, ganhar cargos sem precisar trabalhar muito (nada, às vezes), aposentadoria integral garantida.
Juntos são mais os políticos, certo? E quem não seria mais junto com os seus? Por que criticar os políticos por defenderem-se uns aos outros? Mas, todo mundo não faz isso mesmo? Todo grupo não se defende a si mesmo?
Quando começaram a estudar esse Aforismo, nossos pesquisadores não estranharam nada, nada o fato de os políticos se defenderem. O estranhamento foi constatar que tão poucos grupos de políticos não fizessem exatamente o mesmo! Ou, pensamos nós, o que somos nós senão políticos, não importa se estivermos nos grupo dos tomadores de cerveja; de comedores de beterraba cru; de defensores do direito à vida dos dragões de Komodo; do grupo de mulheres que extraem costela para reduzirem os centímetros que os chocolates acrescentam à cintura; de adoradores do trigrama do diabo-gay; dos comedores de unhas alheias. Única situação que ocorre a nossos pesquisadores em que não há política é o sujeito devidamente enfurnado no claustro, sem ninguém senão os seus muitos ninguéns interiores – mas aqui, tendo mais de um, já não teriam que politicamente negociarem entre si?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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