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Por que juízo virou sinônimo de obediência?

Como você sabe, nós os Canis&Circensis já fomos acusados de tudo um pouco (ou um muito no mais das vezes). Uma das acusações mais frequentes dá conta de um possível caráter incendiário de nossos escritos e de nossas reflexões – imagina!

O caso do Aforismo acima é típico. No caso, nos acusam de querer “colocar fogo no parquinho” – sabem por quê? Porque, segundo esses que aliás não passam de segundos (porque primeiros nem pensar) nós estaríamos sugerindo que um dos elogios mais dignos do homem (como se ele merecesse algum!), que diria respeito a uma de suas mais desejadas qualidades (como se ele tivesse alguma) seria o juízo, entendido esse como uma capacidade de não se posicionar nem à direita, muito menos à esquerda, ficando equidistantemente postado contemplado superiormente tudo que está à sua volta e sobretudo tudo e todos que só podem estar abaixo e embaixo, perdidos em lutas menores e insignificantes, que só refletiriam a desimportância de tanta movimentação tola e egóica.

Quando começaram a especular sobre o assunto, nossos pesquisadores sugeriram que essa posição de não-me-toques poderia ter (alguns dos Canis&Circensis afirmavam taxativamente que sim) alguma relação com deixar-tudo-como-está-para-ver-como-é-que-fica (como se deixando tudo como está a coisa, qualquer coisa, poderia ser melhor). Mudar pra quê? Mudar por quê? Quem somos nós, para pensar que podemos melhorar alguma coisa? Melhor seria obedecer as coisas que vêm e como vêm que, mesmo não-sendo-lá-aquelas-mil-maravilhas, ficariam ainda piores se o homem, surdo às vozes do juízo, optasse por qualquer coisa que não fosse ficar quieto-calado-parado-fingindo-de-morto-sem-sequer-balançar-o-rabinho!

Aí é que a reflexão entornou: quem finge de morto sem nem balançar o rabinho somos nós, os cachorros! Peraí: mas que tipo de cachorro? Porque há cachorros e cachorros; há cães e cães; há caninos e caninos; há babas e babas, de tudo que é raça que se imaginar.

E há os Canis&Circensis, que só obedecem os ditames da inteligência, e se essa for superior ao juízo (não raro, no mais das vezes), tchau juízo!

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