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A morte talvez seja o maior dos mistérios, humanos ou não. Mas não é sobre ela que escreveremos aqui. Os interessados no tema poderão consultar com proveito alguns dos diversos aforismos sobre o tem. Agora, a discussão é de outra natureza: não o mistério da morte em si, mas o que pode provocá-la. Estamos aqui particularmente interessados em uma dessas formas pelas quais pode se dar o infausto acontecimento.
Morre-se de diferentes formas, por diversos motivos, ou seja, o mecanismo que dispara o gatilho da morte pode variar ao infinito. Pode ser, por exemplo, a forte emoção de ver o time do coração ir parar na segunda divisão do campeonato de futebol. Igualmente, pode ser a tristeza provocada pela constatação de que o filho do coração, aquele que ficaria à frente dos negócios, saiu do armário, quer viver de artes plásticas de vanguarda e vai morar com o marido em um loft bagunçado.
Dissemos que o gatilho que dispara o processo da morte pode variar muito. Mas, você reparou que as duas mortes arroladas acima (poderíamos, se tivéssemos espaço, citar milhões delas) pertencem ao universo cardíaco? Quando o coração para de funcionar, a morte é certa, mas, por que quando o cérebro para de funcionar não se dá o mesmo? Coração mata. E cérebro, não?
Pode-se morrer ao ver o time do coração na segunda divisão, mas alguém já ouviu falar de alguém que tenha morrido ao ter o cérebro fulminado por assistir, por exemplo, a um programa de auditório? Pode-se morrer por não se aceitar que o filho seja lindo, leve e solto, mas alguém já viu alguém morrer por que o cérebro, totalmente dominado por uma atitude preconceituosa, foi atingido por um apagão?
O tema é complexo, mas ficamos com uma suspeita: o cérebro só terá a importância dada ao músculo cardíaco quando os neurologistas e cientistas cognitivos deixarem de agir com o coração e forem tão bons de lobby quanto os cardiologistas.
Estamos pensando direito?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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