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Primeiro, mas nunca antes de ter sido segundo

Um dos temas que mais intrigam nossos pesquisadores é a obsessão humana pelo primeiro lugar: de onde viria isso? O que haveria de realidade nessa loucura?

O estudo do primeiro ainda está no meio, mas algumas hipóteses já estão surgindo. Uma delas: todo homem gostaria mesmo de ser filho único, aquele que, vindo primeiro, tem diversas vantagens, como não ter que dividir o bife e não ter que usar roupa usada de irmão mais velho. Muito menos a atenção dos pais, tendo toda ela para si.

Mas, essa ideia tem um problema: quem nunca competiu, porque não tem nem nuca teve competidores, na real nunca foi testado, concorda, leitor? Nunca teve que apresentar nenhuma credencial de credibilidade. Nunca teve que provar nada, valendo-se da cômoda situação de não haver alternativa, de nada nem ninguém para ser colocado no seu lugar, vida mansa que só, sabe aquela situação de ruim com ele, pior sem ele, então, ninguém tem do que reclamar, nem para quem reclamar, reizinho na barriga, nariz mais que empinado.

A especulação de nossos pesquisadores aponta para a seguinte direção: muito diferente é a situação de quem, ou daquele que só deveria ocupar a posição de liderança por justo mérito e merecimento, por ter batalhado para isso. Em outras palavras, por ter enfrentado uma eventual oposição, por ter-se defrontado contra uma ameça, por ter de ter ocupado, ao menos por um tempo, uma posição segundo a qual não há mérito em receber as coisas de mão beijada, sem sangue suor e lágrimas da batalha.

Desse ponto de vista, a verdadeira e única posição de primeiro só seria realmente verdadeira e legítima se superada a segunda posição. Em uma palavra, ou em um número: a terceira. Assim: o reizinho-na-barriga de um imerecido primeiro lugar, tendo enfrentado oposição (o segundo), enfrentado e vencido por mérito próprio, tornando-se de novo o primeiro, ou melhor, um primeiro aprimorado, melhorado. Sucessivamente: primeiro – segundo – terceiro, esse o primeiro aprimorado.

O que você acha, leitor?

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