Ninguém gosta de ficar de lado. Ou fora. Ou de fora. Ou de escanteio. O negócio é ocupar uma posição, se não invejável, ao menos confortável, no emprego, na firma, no amor, na família, na vida. Onde fica esse lugar?
Para elucidar esse Aforismo, nossos pesquisadores tentaram um raciocínio topológico. Começaram especulando a partir da análise de figuras como o quadrado, o que já seria complicado porque quadrado é considerado quadrado, alguma coisa quadrada, quer dizer, que enquadra, que põe em um quadro. Um retângulo não seria alternativa: retângulo é um quadrado metido a besta. Para uma análise mais produtiva, era necessário escolher forma geométrica mais dinâmica, que propiciasse relações mais dinâmicas.
Não demorou a chegarmos ao velho e bom círculo de guerra. Velho conhecido de todos aqueles que gostam de pensar dinamicamente, para compensar a quadratura de toda uma vida. Que, ao serem chamados de besta quadrada, não contestam a besta (que são), mas prefeririam ser bestas redondas, ou, no caso, circulares. Nesse caso, dado o dinamismo do círculo, poderiam, caso estivessem por baixo, estar por cima. E, mesmo que não estivesse no centro, o movimento mesmo do círculo, impermanente por definição, daria essa ideia de que as coisas se movimentam.
Não é à toa que a turma toda gosta de pensar em círculo, como se, para a sua vida andar, eles não precisariam colocar os pés no chão. Como se, para ocupar um lugar de destaque, não precisariam fazer nada.
Nem é à toa que muitas formas de pensamento elegem o círculo como símbolo máximo de mudança, especialmente dirigido a seus pacatos e cordatos servidores.
Faz isso tudo sentido, ou precisamos trocar a erva do nosso chá?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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