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Quem vai arbitrar o arbítrio e a arbitrariedade é o árbitro?

Talvez o leitor já tenha lido o Aforismo sobre o controle e o controlador. Se não, você não sabe o que está perdendo. Isso sem falar em um dos Aforismos sobre autoconsciência, imperdível, modéstia à parte.

Por insistentes pedidos que receberam (o que mostra e demonstra o interesse do tema), nossos pesquisadores resolveram enfrentar o mesmo tema básico sobre quem põe ordem no samba: são os próprios sambistas? O dono da escola de samba? O bicheiro? As autoridades corruptas? A Ala das baianas? Os ritmistas da bateria? O Abre-alas? O mestre-sala e a porta-bandeira? Ou se, para garantir um mínimo de lisura, e não ficar todo mundo falando em causa própria, não seria necessário “alguém de fora”, alguém com a distância necessária, com baixo grau de “apaixonite”, com o siso no lugar e o coração batendo no compasso da justiça? Ou esse, justo por ser de fora, seria considerado um estranho, um bárbaro, querendo meter a colher em briga de marido e mulher?

Quando nossos pesquisadores começaram a pesquisar o tema, um deles deu a ideia, a partir da formulação do próprio Aforismo, de perguntar para o pessoal da geral o que eles achavam sobre isso. Afinal, árbitro lembra futebol e, dependendo do caso, o árbitro pode não ver gol de mão de craque argentino em copa do mundo; pode não saber contar o número de pênaltis que cada time já bateu e acabar dividindo o título de um campeonato regional; pode não ver a mão do defensor impedindo o livre trajeto da bola ao gol – enfim, erro de árbitro é o que não falta. E o que interessa ressaltar é que esses erros modificam o resultado de uma partida e mesmo de um título, beneficiando um e prejudicano outro. O que fazer para garantir um processo mais correto?

Antes de o futebol contar com um dispositivo eletrônico que ajudasse a miopia do juiz a ver que aquela bola ultrapassou sim a linha e, que portanto, ééééé gooooool!!!, muita injustica deve ter sido cometida, o que justifica nossa hipótese que, antes de querer resolver essa questão apenas quando a tecnologia estivesse disponível, seria muito mais honesto encarar a necessidade de perguntar primeiro se o sujeito mais indicado para resolver o arbítrio da arbitrariedade seria todo mundo que você quisesse, menos o árbitro. Poderia ser o “Seo” Manolo do Bolo, o Zé do Milho, a Ribimboca da Parafuseta , mas o árbitro ?!?!?!

Seria como perguntar para a raposa: esse sangue nos seus dentes tem a ver com aquela galinha degolada?

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