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Religioso: O maior especialista em engenharia reversa

Nossos pesquisadores perguntaram aos entrevistados se depois de ter nascido por dez dias seguidos, o Sol nasceria no décimo primeiro dia. Outro pergunta: no jogo de moedas de cara e coroa, deu três vezes cara: qual o resultado da quarta jogada? O que nossos pesquisadores procuravam descobrir é a importância que as pessoas dão à regularidade como fator ordenador da vida, e mais que ordenador, como a explicação que explicaria a existência da própria vida do universo, do planeta e de nós mesmos. Ou, afinal, teríamos que aceitar a ideia de que a vida nasceu de um casuísmo divino?! Que as coisas são assim, mas poderiam ter sido perfeitamente assado?! Se não for possível saber o que se passou (e se passa) na mente de Deus, ao menos a regularidade daria ideia de que haveria uma ideia – afinal, por que ficar repetindo um casuísmo, uma coisa diferente a cada segundo?

Regularidade – a resposta a todos os nossos porquês! Regularidade – o fim das nossas angústias. Regularidade – a previsibilidade que finalmente esclareceria por que Deus, se escreve certo, o faria por linhas tortas. O que chamou a atenção de nossa equipe de pesquisadores: como seria possível o homem reivindicar a existência dessa regularidade sendo ele, homem que é, a criatura mais irregular de que se tem notícia, de duas ou quatro patas! Ou, então, seria justamente por isso? Mas, de dez casos que enchem os consultórios dos psicólogos e suas contas bancárias, onze são queixas sobre comportamentos irregulares. Então, a questão seria de maluquice, não de religiosidade.

Como todos sabem, a explicação sobre a regularidade das coisas do mundo ainda não foi encontrada. Nada que impeça os homens de explicar, ao contrário! Agora, se não existe uma explicação, nem mesmo uma explicação para a inexistência de explicação, então vamos explicar que tudo o que acontece tem que ter uma explicação, e se nós não somos capazes de dar “a” explicação correta (porque não somos capazes de entender o que está acontecendo), a explicação é esta. Esta … qual? Simples: não se vai mais das causas (que desconhecemos) às consequências, mas justo o contrário: partimos das consequências e explicamos que estas só ocorrem em função daquilo que as causou e só poderia ser assim, senão não teria acontecido o que aconteceu! Pronto: está encontrado o que tanto se procurava: a explicação! A solução antes do problema. 

Deu para entender? (Quem entendeu, favor escrever no CONTATO, para explicar aos nossos pesquisadores, que continuam na mesma.)

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