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Sangue não tem PhD (mobral, quando muito)

Quando nossos pesquisadores saíram a campo para entender os mistérios do sangue, e principalmente a cadeia de transmissão que o sangue promove entre as gerações, transmitindo para as gerações futuras informações das gerações passadas, mecanicamente, sem, para isso, ter sido solicitado, sem fazer um autoexame e verificar se estaria dando de fato uma contribuição ou se estaria tão somente contribuindo para que as coisas fiquem do jeito que sempre foram, agindo, portanto, mecânica e repetitivamente, obtivemos algumas respostas engraçadas, em que pese a gravidade do tema.

Um respondente disse que, para ele, o sangue deveria começar sua educação do zero. Poderia começar do ensino fundamental e não deveria ter essa moleza de progressão continuada, pela qual qualquer um passa para o estágio seguinte mesmo sem ter condições mínimas para isso. Um outro respondente achou que começar do zero só seria possível se o sangue estivesse começando agora sua carreira evolutiva. Como esse não é o caso, ele propunha que o sangue conseguisse ao menos se formar no curso de Mobral, feito à noite, como fazem todos os que têm que ralar para ganhar a vida e não têm a moleza de dizer que reagem de forma destrambelhada porque são assim e pronto; com o Mobral aprenderiam ao menos alguma coisa, começando mesmo por uma lição de humildade. Se fosse necessário (bem provável), o sangue deveria frequentar aulas de rcuperação e reforço, aos sábados. Mas, uma última resposta chamou nossa atenção, aguçando nossa curiosidade de pesquisadores. Segundo um respondente, vivemos em uma época de grande avanço da medicina. Hoje em dia, existe prótese para praticamente tudo, existe inclusive coração fabricado sem nenhum componente humano. Então, disse ele, não seria o caso de desenvolvermos o sangue plástico e, assim, nos livrarmos de vez de uma série de problemas? Ele citou alguns dos problemas que poderiam ser evitados com o sangue plástico: as pessoas não poderiam mais usar a desculpa de que o sangue fervia para justificar crimes sexuais, atrocidades políticas e brigas entre torcidas esportivas; também não poderiam dizer que fizeram o que fizeram sem pensar porque o sangue falou mais alto; também não poderiam dizer que não aceitam ofensas e injustiças porque têm sangue nas veias, porque não são ratos nem répteis. 

Será que o sangue consegue educar-se para deixar de ser a justificativa de toda a violência do mundo?

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