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Se a palavra fosse o que a coisa é, palavra e coisa seriam o que não são

Aqui, um dos tópicos mais discutidos entre nós. De um lado, aqueles de nós mais empertigados (não são muitos, mas eles existem), de outro (a maioria, felizmente), de alma mais canina, alegre e fiel, que achamos que o descompasso entre a palavra que nomeia e a coisa nomeada (um sentimento, um fruto, uma equação …) é justamente o que dá oportunidade de as coisas não serem exatamente bem assim, e nem assado, aliás. Alías, e por que as coisas deveriam ser como dizem que elas deveriam ser? Por que não poderiam ser outra, ou outras coisas? Porque, cá entre nós, essa história de uma coisa poder ser tão somente uma coisa é de uma limitação enorme – por acaso já pensaram em perguntar se um abacaxi não gostaria de ser um rosa? Ou um cacto – por que não poderia ser um pêssego? Se um bicho preguição pudesse, quem sabe ele não gostaria de ser também um guepardo? E uma chita, por que não poderia ser um bicho-preguiça?

Condenar a ser qualquer coisa como dizem que ela é, é tirar a oportunidade de ser outra coisa – talvez melhor, talvez pior, quem sabe? Quer saber? Ninguém sabe, a começar dos que dizem saber de tudo – esses, não raro não passam de uns preguiçosos, que não querem que uma coisa qualquer seja outra coisa simplesmente porque essa gente teria que pensar mais; teria que articular outras relações; teria que pensar em novas composições das coisas do mundo entre si, e de outras coisas entre si, jã não mais iguais e sim diferentes, em graus diversos, nem precisaria ser nada muito diferente ou revolucionário, mas diferentemente outra coisa.

Nossos pesquisadores há muito estudam essa possibilidade muito a sério, mais exatamente: Mais limitada que a coisa em si (que na verdade não tem limitação, mas características) é a capacidade do homem em lidar com diferenças, sutilezas, malemolências, nuances, perspectivas, geometrias desiguais, reentrâncias e saliências.

Qualquer coisa que não seja plana, pronto, o bomem já empaca, incapaz de ver diferentemente, pensar diferentementesm sentir diferentemente.

Homem – eta coisinha limitada!

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