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Se Deus é a chave para entender o homem,
para entender Deus a chave só pode ser o homem

Não daremos a menor bola para esses chaves-de-cadeia que querem desdizer nosso trabalho e o esforço que fazemos para dar nossa modesta e canina contribuição para entendermos um pouco melhor porque-raios estamos metidos nessa nave louca dos insensatos.

Por isso, não foi por acaso que escolhemos para a formulação acima uma que mencionasse a chave. Pressupõe a existência ou de um segredo, ou de uma informação guardada a sete o quê? Chaves, e que seja a seis, ou a cinco, ou a quatro ou a três, ou a duas, uma que seja, mas olha a chave de novo! Ou também alguma coisa que, não podendo nem devendo ser vista, deveria ser mantida à distância de olhos curiosos.

Não nos parece por acaso que a chave entrou para a cultura como uma referência altamente indicativa de uma espécie de abra-te, Sésamo! Então, precisamos de uma chave para tudo: para entrar e sair de casa; para abrir e fechar o carro; para resolver um problema meio enigmático (quando alguém dá a dica de que, para resolver tal problema, a ‘chave’ é …). Bem, nem precisaríamos dizer que, para entender determinada teoria, dizem-nos que a chave de leitura é essa e não aquela, ou aquela e não essa, que seja.

E aquela imagem clássica do sujeito que tem uma penca de chaves? Sem ele, e sem elas, você não acessa lugar nenhum.

Por respeito ao leitor, não vamos nos estender na expressão chave de perna, que, todo mundo sabe, pode ser uma determinada posição, aliás, importante no contexto das artes marciais, mas se quando colocada, digamos, em contexto erótico, quer dizer a mesma coisa mas bem diferente.

Sem contar o verbo chavecar e o adjetivo chaveco – e aqui que não venham com sutilezas linguísticas tipo se é com ‘x’ ou com ‘ch’ – de um jeito ou de outro, a ideia é a mesma, ingênua.

Ou mexer com isso seria, como dissemos no primeiro parágrafo, uma coisa assim tipo chave de cadeia, da qual é melhor manter distância?

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