Tudo bem que, quando publicamos nosso análise do papel do Sol de dar vida à existência e de fazer cara de paisagem toda vez que a vida é agredida, aviltada e mesmo morta, sabíamos que haveria reação. Sabíamos também que essa reação não deveria ser moleza (quem dá moleza para quem conspira contra a vida não somos nós, os Canis & Circensis).
Suspeitamos que uma parte da crítica poderia vir de fabricantes de protetores solares, gente pouco interessada em fazer que as pessoas produzam por conta própria vitamina C ao vivo e a cores, incentivando horas e horas escaldantes e abrasadoras debaixo do astro-rei-sem reinado-e-sem-coroa.
Suspeitamos também de produtores de placas solares, gente que poderia perder muito dinheiro se o Sol fosse demitido de sua nobre função, que ocupa de maneira tão aviltante.
Suspeitamos também de gente do segmento de turismo, sabe, aquela gente que vende pacotes de viagem para lugares ensolarados, pra gente que passa o ano inteiro enfurnada em escritórios acinzentados. Gente da cadeia econômica do turismo que estaria em companhia também de gente que seria prejudicada: hotéis, vendedores de uma infinidade de coisas na praia (pirulitos, queijadinha, batidinha, camarão frito, milho, cerveja, queijo coalho, cangas, prancha de isopor, chapéus, vendedores de tatuagem), peixeiros, restaurantes praianos, quiosques, ambulantes.
Leitor, concorda que tem muita gente que fatura com o silêncio do Sol?
Por outro lado – veja se você concorda também – bem que um Sol de verdade (não esse inoperante) poderia ter sido dotado de raios paralisantes, ou mesmo de raios chamuscadores, para acabar imediatamente com toda tentativa que se fizesse contra a vida que ele inspirou, patrocinou e possibilitou?
Um Sol de desenho animado? Ora, ele não é o astro-rei? Que arrumasse um jeito de se defender e de defender suas crias, ora, ora !
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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