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Só existe uma arrogância maior do que negar a existência de Deus: Afirmá-la

A divisão não é aritmética, muito menos clara. De um lado, temos aqueles que afirmam a existência de Deus, sem qualquer segundo de descrença. No pólo oposto, estão os que não têm dúvida de que Ele não existiria. Há um terceiro grupo oscilante: não se convence com as provas que convencem os primeiros da existência nem com as provas que convencem os segundo da inexistência divina.

Para complicar a situação, nossos pesquisadores apuraram que ambos os grupos (os dois primeiros) têm argumentos fortes em favor da existência e da inexistência de Deus. Um exemplo que agrada o primeiro grupo é identificar os padrões crescentes de complexidade em várias áreas da atividade humana, o que, segundo eles, demonstraria a infindável capacidade de Deus de estar presente em qualquer situação, física ou humana. Se antes Deus já foi por exemplo o grande relojoeiro universal, agora Ele é um zitrilhão de partículas movimentando-se incansavelmente, o que nos impede de saber de fato onde Ele se encontra – mas este argumento não comove aqueles que não precisam ver para crer.

Os representantes do segundo grupo têm também seus argumentos: esses veem na injustiça presente na história da humanidade um exemplo gritante de que, houvesse Deus, não haveria injustiça no mundo. Afinal, Ele não seria tudo de bom? Mas o que há de bom na injustiça? Como a injustiça, o mesmo argumento vale para a fome, a miséria, a escravidão, a falta de direitos, a opressão, a violência, a doença, a corrupção – tudo isso ocorre sob as barbas de Deus, que, alegam os increus, não move uma palha para resolver, ou pelo menos minimizar parcialmente tantos problemas. Diante desse quadro, nossos pesquisadores apuraram que essa questão parece daqueles clássicos de futebol dos velhos tempos, no qual qualquer dos times poderia levar a melhor sobre o adversário. Saber o resultado final do jogo depende justamente de que o jogo termine. Só quando o juiz der o apito final, levantar o braço e apontar a mão para o centro do gramado será possível saber quem se deu bem e quem vai voltar para casa com aquele gosto amargo de derrota na boca. Até o momento, o resultado aponta para um empate, com grandes lances de parte a parte, e caneladas também dos dois lados. Para sabermos o resultado, o jogo tem de acabar. Mas, quem não quer que o jogo acabe: os jogadores ou o juiz, que não dá nunca esse apito final?

 

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