Outro tema que, quando abordado por nós, faz com que sejamos tratados como debeis mentais, analfabetos políticos, burros sociológicos e por aí vai. Mas, essas críticas nos deixam preplexos, porque nos parece muito óbvio, na verdade, lógico o que estamos analisando. Assim.
Todo mundo sabe que em regimes politicamente fechados não tem moleza. Ao contrário, o que costuma ter é todo mundo espionando todo mundo, todo mundo dedurando todo mundo, todo mundo tendo que abaixar a cabeça para uma meia dúzia de autoeleitos e autoungidos como os melhores do mundo para governar todo mundo, tudo à base de cacetada, prisão, choro e ranger de dentes, tudo vindo de cima para baixo com a gentileza de uma dama da sociedade – se houver contestação, o couro come.
Diante desse quadro sombrio, qualquer coisa parece melhor, concorda? O que não seria melhor que ficar com medo até de respirar? – porque falar nem pensar, reunir-se com outros, idem.
Então, o oposto dessa dureza toda seria o quê? Moleza? E é assim que a turma que gosta, aprecia e apoia quando o couro come chama o regime político que começa por duvidar do que falam e pregam quem defende o couro comer adoidado. O termo certo seria então democracia – e não iremos admitir que façam gracinhas linguísticas, tipo molezocracia.
Do ponto de vista de quem está vindo de um regime onde o couro come, a democracia soa como música de violinos. E quem não gosta de violinos, que defenda (porque tem direito) o atabaque e o agogô. Ou que defenda instrumentos elétricos. Ou que defenda harpas. Ou que defenda os sinos. Ou que defenda só música vocal.
Mas, se todos esses instrumentos têm direito de fazer soar sua nota, como ficaria a música final? Daria arranjo? Ficaria tudo harmômico? Afinado? Agradável aos ouvidos. Aos ouvidos de quem?
O que se espera que afirme o que de tudo duvida?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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