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A humanidade faz mal à sanidade

Nos últimos tempos, nossos pesquisadores estão se debruçando sobre alguns temas que vêm se repetindo com uma insistência de fazer inveja a gente com hiperfoco. Um deles é esse, da sanidade.

Tem-se por razoável que a humanidade, ou, para falar mais no concreto, que o homem (se existir, e se existir como dizem que existe) teria uma certa inclinação para a saúde, para o bem-estar, para a inteireza – bem, não é o caso dessa discussão aqui, mas a realidade das coisas parece apontar para a direção exatamente oposta à essa ideia. Em frente.

Então, partimos da idéia de que o homem estaria como que vocacionado, ou mesmo destinado à sanidade, como tudo o que isso implica. Em busca de amealhar evidências históricas para tentar constatar se isso teria um mínimo de veracidade, podemos adiantar para você, que até o momento não conseguimos ser bem sucedidos nessa empreitada inútil e desgastante.

Se não, como explicar que a humanidade esteja de pé até hoje, a cada dia mais doida, mais amalucada que biruta girando em falso? E não convencem nossos pesquisadores argumentos de que toda a doidera aconteceu depois que o homem deixou de lado a época de ouro em que vivíamos de leite e mel, rios puros e ar cristalino espelhando nossa condição de total sanidade interna – a realidade externa só seria o que é reflexo da realidade interna de sanidade.

Para tentar explicar esses dados desconexos, nossos pesquisadores estão especulando o seguinte. E se a sanidade estivesse sendo atacada e castigada impiedosamente pelo homem, na exata medida em que se sente ameaçada pelo que ela diz e representa? Em outras palavras, como o homem não estaria à altura da sanidade, sentindo-se rebaixado, decidiu revidar e tornar a vida da sanidade uma loucura, deixá-la doidinha de dar nó, fazendo-a babar pelos cantos – em uma palavra: fazendo a sentir-se e comportar-se como o homem fez sua vida inteira?

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