Todo mundo tem um herói na vida. Alguém em quem se espelhe; alguém de quem gostaria de copiar alguma qualidade, algum comportamento. Pode esse alguém ser gente de carne e osso, ou gente de sonho e fantasia de cinema, tudo bem.
Mas também existe a situação contrária. Assim: por que somos amigos de quem somos amigos? Como e porque motivo escolhemos esses amigos, e não aqueles? Também nesse caso, os motivos são os mais diversos. Existe, contudo, uma particularidade que é necessário apontar: você já reparou como nossos amigos são uma espécie de cópia de nós mesmos? Seja por semelhança ou por diferença, quer dizer, seja por qualidade que compartilhamos com eles, seja por ausência de uma qualidade em nós e que sobre no nosso amigo, uma espécie de amizade baseada na carência.
No primeiro caso, seria assim uma espécie de amizade de fidelidade, mais exatamente, nossos amigos seriam uma cópia de nós mesmos, não dizemos uma cópia totalmente fiel, mas, digamos, uma boa cópia, o que facilita nossa identificação com eles, afinal, seria como se nós fôssemos o nosso amigo, talvez até o nosso mellhor amigo.
No segundo caso, a questão se complica um pouco. Assim: nossa amizade por “A” ou por “B” estaria baseada no fato de que, se nós não fôssemos tal qual como “A” ou como “B”, nós estaríamos vendo neles alguma coisa que deveríamos ter, mas não temos; não seria assim uma cópia espelhada, igual ou quase, mas quase uma infidelidade, como se escolhêssemos “A” ou “B” por alguma coisa que ele tem e nós não; como alguma coisa que gostaríamos de ter e que “A” ou “B” tem – razão pela qual os escolhemos como amigos. Quase uma espécie de inveja, ou pelo menos de uma espécie de carência.
O que você acha, prezado leitor?
Quantos dos seus amigos são você por afinidade e semelhança, e quantos são você por carência ou no mínimo incompletude?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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