Quando nossos pesquisadores estudaram a relação da permanência com a mudança não imaginavam a repercussão: gente a favor, gente contra, gente xingando, gente elogiando. Seriam como dois blocos, bem marcados e bem diferentes entre si.
Mas, nossos pesquisadores queriam entender se aqueles que eram a favor, seriam a favor pelos mesmos motivos; e se aqueles que eram contra, seriam contra pelos mesmos motivos.
Não sabemos se você, leitor, participou dessa pesquisa, mas nossos pesquisadores perceberam a seguinte divisão: exceto uma boa meia dúzia de malucos que acham que sabem onde tudo isso vai dar, não seria mais razoável (se fosse possível usar esse qualificativo para o homem!) e mais de acordo com a diminuta capacidade humana para entender qualquer coisa, que se a gente sabe como uma coisa começa, nem de longe é possível saber como essa mesma coisa irá terminar – lembre-se que estão fora desse raciocínio aquela meia dúzia de malucos que acham que sabem: é aquela velha coincidência entre a pretensão e a ignorância.
Mas, os blocos: os que acham que inevitavelmente chegaremos a uma vida comunitária pacífica e fraterna pensam que o tempo necessário para isso pode ser menor se colocarmos a mão na massa, quer dizer, se colocarmos a massa para trabalhar que o resultado final é líquido e certo.
Aqueles que acham que a supervisão divina está no controle de tudo não concordam com a ideia de que devamos fazer alguma coisa – sendo, como eles pensam, o homem quem eles pensam que o homem é, se esse homem fizer alguma coisa será uma rematada bobagem. Mas, dentro desse mesmo bloco, dizem nossos pesquisadores que existem divergências. Dentre esses, há os mais apressadinhos, que pensam que quem controla tudo parece estar com o relógio atrasado (então, já não controlaria tudo), e decidiram dar uma acertarda nos ponteiros e antecipar o fim-de-tudo.
Nossos pesquisadores não estavam interessados em saber quem está mais certo (ou menos errado) nessa malucada toda. Mas como quem não consegue dar jeito na própria vida, conseguiria dar jeito na vida de tudo? Concorda, leitor?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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