Chegamos a pensar em uma versão mais popular, algo como: é o cachorro que corre atrás do rabo, ou o rabo é que corre atrás do cachorro? – claro, isso em homenagem à nossa origem filosófica canina, adequada ao Canis&Circensis!
Por outro lado, é inegável que qualquer estudo que envolva a questão do círculo chama mais a atenção de quem não tem a menor vontade, interesse ou capacidade de superar a situação circular em que se encontra. Tem mais: alguns de nossos pesquisadores sugeriram a hipótese segundo a qual essa história furada de círculo surgiu muito tempo atrás de forma muito interessada, quer dizer, do interesse (como de hábito) de quem está por cima da carne seca e não quer sequer dividir osso com a galera. Aí, essa gente inventou essa história de que, não sendo possível superar a condição do círculo, a única coisa a fazer é mudar a polaridade do círculo – você com certeza já deve ter ouvido falar do círculo vicioso que se transformou (e se transmutou) em círuclo virtuoso. Toda a operação da e de mudança ocorreu dentro do círculo, sob a vigilância do círculo, sem que o círculo mal sentisse um arranhão sequer e tudo continuasse como antes. Algo assim como mandar um noviço rebelde de volta para o claustro, onde ele poderia e deveria acoitar-se sem dó nem piedade, sangue vivo correndo pelas costas, que, devidamente cobertas, não seriam vistas no dia seguinte, quando todos (que como ele fizeram a mesma coisa) se reunissem pacificados das vertigens do círculo vivido dentro de si mesmo.
Longa vida ao círculo!
Inconformados desde sempre, nossos pesquisadores quase que mandando o círculo para a casa da mãe Joana pensaram se ninguém poderia ter pensando antes em usar outra metáfora para resolver essa questão circularmente sufocante, aliás bem conhecida de todos: cortar o cordão umbilical. Sim, isso mesmo: se o círculo está tão poluído, tão putrefado, tão carcomido internamente, tão sanguessuga de vida, não seria mais eficiente pura e simplesmente afiar a faca de corte, ou bisturi se você quiser (pode até ser um machado velho, meio enferrujado), e, sem dó nem piedade, nem comiseração, cortar o fio que permite que o círculo continue circulando apenas em torno de si próprio, deixar de alimentá-lo em sua egolatria e mandá-lo, agora não mais para a casa da mãe Joana, nem para a casa do chapéu, mas para a p … q … p.
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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