Liberdade tem tamanho? Tem dimensão, volume? Liberdade pode ser medida? Se pode, qual seria a métrica da liberdade: centimetros, decímetros, metros, quilômetros, jardas? Ou liberdade é um estado de espírito, uma condição psicológica, uma condição espiritual? Nessas três situações, como seria possível medir a liberdade?

Nossos pesquisadores estavam interessados em desvendar um dos grandes mistérios que acompanham o homem: afinal, a liberdade é uma questão interior ou exterior? Liberdade teria a ver com espaços abertos, amplos, ou, ao contrário, sendo a liberdade uma condição interior, não importaria onde estivesse o corpo: mesmo em uma cela seria possível viver uma condição de liberdade?

Na primeira situação, a liberdade estaria relacionada, por exemplo, com estrada, com rua, com mar, com céu aberto (mesmo cinzento), com a possibilidade de colocar o pé no chão e o corpo em movimento, por livre e espontânea vontade. Mas, essa situação traz um desafio para a análise: e se, mesmo tendo a possibilidade de lançar a vista até onde esta alcançasse, se, mesmo assim, alguém poderia se sentir como se estivesse como que encarcerado, preso, atado?

Na segunda situação, as condições externas ficariam muito severas e limitadas: imagine-se dentro de um cela, de um calabouço, de uma solitária, de um presídio, sendo as grades o limite do seu mundo, portanto, totalmente inpossibilitado de se locomover fisicamente além de um ou dois metros – nessas condições você poderia dizer-se livre (sem ser diagnosticado como insano)?

Para não tornar a reflexão tão dramática, nossos pesquisadores imaginaram uma variante da situação acima: nela, você não estaria mofando em uma delegacia, ao contrário, seria um cidadão livre, mas com uma peculiariedade: teria que pegar condução lotada todo dia; teria que pagar todo tipo de imposto e taxa inapelavelmente; teria que se conformar a uma vida tendo como companheira a certeza de que tudo seria exatamente do mesmo jeito a vida inteira; teria que pedir a Deus para seu patrão não te mandar para o olho da rua.

Você, assim, seria livre? Afinal, a liberdade está com quem: com aquele que está apodrecendo em uma prisão, mas sentindo-se com o espírito livre como um passarinho, ou com quem está se sentindo como que aprisionado, mas tendo à sua disposição todo o céu do mundo? O próximo passo para esta pesquisa é tentar perguntar para um passarinho preso dentro de uma gaiola: engaiolado, você se sente livre?