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O sol e a chuva não precisam de sua crença:
o sol vai queimar sua pele e a chuva vai molhar seu corpo,
acredite você ou não

Não pense que nós ficamos loucos – só um pouquinho, reconhecemos. Mas, leitor, não parece que estão querendo demais de nós? Assim: por que nos pedem que acreditemos nas coisas que eles querem e como querem que acreditemos? Se, para que as coisas aconteçam como eles querem é ou seria necessária a nossa crença, que coisa de meia-tigela é essa? E lá essa coisa não tem coragem para dizer a que veio? Não tem competência para se impor? Não tem competência para se expor, se mostrar? Tá com medo, é?

Nos parece, a nós, os Canis&Circensis, que a vida é assim: quem tem competência não se estabelece, simples assim, não? O vento vai deixar de ventar se eu não acreditar que ele está ventando? Uma grande onda vai deixar de afogar só porque eu acho que ela não irá me afogar? Um bolinho recém saído da frigideria vai deixar de queimar a língua só porque achamos que não iremos acreditar que ele, quentinho, não vai conseguir nos queimar?

Se reclamarem de novo (porque já reclamaram) que estamos nos referindo apenas a fenômenos físico e climáticos, nossos pesquisadores já têm a resposta-pergunta nas mãos: e o que dizer de situações assim tão mais elevadas, tão mais nobres, tão mais distintas, tão mais altas, tão mais inteligentes, tão mais solenes, tão mais supremas, tão mais sublimes, tão mais étereas, tão mais cósmicas, tão mais insígnes, tão mais brilhantes, tão mais espetaculares, tão etéreos, assim tão mais-mais que não seria mais que óbvio considerar que essas coisas sim é que não precisariam de nenhuma crença nossa nelas, para que elas existissem? Ora, ora, que existam por si sós!

E dizemos mais, se essas coisas pra-lá de extraordinárias (e aqui cada um pode citar o que quiser: de divindades à justiça; de fraternidade à solidariedade; da evolução à involução; da santidade ao pecado e à queda e por aí vai) precisam de nós para que elas existam, é porque elas, para existir, só existirão se e como acreditarmos que elas existam?

E aí, leitor – você precisa acreditar que nós existimos para nós existirmos?

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