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Quem nunca teve um cachorro não sabe o que é amizade

Todos sabem que o cachorro é o melhor amigo do homem, mesmo os donos de gato. Mas, será que uma pesquisa científica chegaria à mesma conclusão a que o senso comum já chegou? Fomos a campo verificar. O primeiro público alvo de nossa pesquisa foram, obviamente, os donos dos cachorros. Em nossa pesquisa, não fizemos qualquer distinção entre proprietários de pitbulls, lassies, dálmatas, pastores-alemães, chiuauás, akitas, bassês, rotweillers, golden retriviers, filas etc.

Nossas conclusões não deixam dúvida sobre os latidos emitidos pelos donos: o cachorro é de longe o melhor amigo do homem.

Mas, o trabalho científico tem desafios que não podemos omitir de você, leitor. Destacamos, aqui, dois: o primeiro é a dimensão do público pesquisado, que não incluiu os proprietários de gatos, sem contar aqueles que têm como melhores amigos papagaios, periquitos, cacatuas, salamandras, chinchilas, hamsteres, cobras e lagartos e outros bichos ainda mais inesperados.

O segundo desafio é ainda mais difícil de contornar. Nossos pesquisadores partiram de uma premissa que chega a ser óbvia, de tão elementar: amizade é uma estrada de ida e volta, deve ser compartilhada, deve ser consentida. Para que a amizade exista, o amigo tem que dizer que o outro é seu amigo, sendo igualmente verdadeira a recíproca. Aqui no caso em que estamos estudando, apurar se o cachorro é o melhor amigo do homem foi a resposta que obtivemos do ponto de vista do homem. Para que a pesquisa tenha valor científico, teríamos que perguntar ao cachorro: para você, o homem é o melhor amigo que um cachorro pode ter?

Bem, para sermos totalmente honestos, nossos pesquisadores estacionaram neste ponto. Para que a pesquisa pudesse prosseguir, eles teriam de desenvolver uma maneira de traduzir palavras em latidos, para poder latir de uma forma que os caninos entendessem corretamente a pergunta e, no sentido inverso, traduzir latidos em palavras, para ter certeza de que estariam entendendo a resposta. Julgamos que esta preocupação é um procedimento científico. Se não fizermos isso, poderemos estar mascarando a resposta canina, achando que essas respostas são expressão de amizade de quem pode estar latindo apenas por babar pela comida que damos a eles. Quando tem fome no meio, a amizade fica meio suspeita. E, mais suspeito ainda é acreditar na sinceridade de quem, para se alimentar, precisa da ajuda de outro.

Para que essa pesquisa possa prosseguir, estamos aceitando contribuições e sugestões, em latidos ou palavras, dólares ou euros.

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