Segundo os adeptos da medicina psicossomática, o que somos por dentro, seremos por fora, nessa ordem. Ou seja, o que aparece por fora é mero reflexo do que já está acontecendo por dentro. Dentro a causa, fora a consequência.
Assim, um adolescente empanturrado de hambúrguer com catchup, batata frita, milkshake, empanado de frango, doces, jujba, caramelos, macarrão chinês de esquina, barras e mais barras de chocolate, sorvetes com todo tipo de cobertura, salgadinhos com os corantes mais coloridos não estaria fazendo outra coisa que não usar toda essa guloseima como gatilho que irá demonstrar que sua obesidade na verdade é antes emocional que física. Nenhum preconceito contra o adolescente, o mesmo raciocínio vale para o adulto (homem ou mulher): neste caso, deveremos incluir toneladas de picanha, maminha e fraldinha, torresmo, caipirinha, leitão a pururuca, cerveja, paio, cachaça, linguiça, massas, uma grande variedade de bolos, tortas, flans.
Vegetais, legumes e frutas nem pensar (vale para adultos e adolescentes).
Então, primeiro, a obesidade emocional, depois a gordura, a celulite, as espinhas no rosto (no caso do adolescente), a pele oleosa e sem viço, a banha, as roupas tamanho G e GG, os gases intestinais (para processar tudo aquilo que adolescentes e adultos andam comendo todo dia não é brincadeira, pobre intestino!), as unhas roídas, o colesterol nas alturas, artérias comprimidas, hiperglicemia.
Então, seguindo a lógica simples de causa e efeito, de nada adiantaria colocar o carro à frente dos bois, quer dizer, de nada adiantam esses regimes de emagrecimento, um mais maluco do que o outro: regime da Lua (não conhecemos regimes inspirados em outros astros, mas deve existir), da casca de abacaxi, da proteína, do nabo, do pepino, do limão, da água e sabe-se lá mais o quê! Nenhum regime esdrúxulo será capaz de restituir a saúde das pessoas.
Seguindo, então, a mesma lógica simples de causa e efeito, nossos pesquisadores raciocinaram que se as mãos e a boca são meros instrumentos de uma voracidade que é anterior e muito maior, a pergunta que deve ser feita é outra: afinal das contas, o que as emoções querem assim tanto comer?
Reprodução permitida, desde que citada a fonte. Caso contrário vamos soltar os cachorros em cima do infrator. ;-)
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